Não tem jeito. Os autores de três invasões praticadas no gabinete do prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier (PSB), e uma invasão às dependências do lado da sede da Prefeitura, na secretaria de Assistência Social, Cidadania e Habitação, já podem dormir tranquilos.
Eles não foram e nem há expectativas positivas de que sejam identificados. Com isso, quem virou chá (que alguns dizem que era urina) sobre a mesa de trabalho de Miki, remexeu papéis, levou pertences públicos como um notebook e um frigobar, quebrou vidros e teve a ousadia de deixar uma carta xingando o chefe do Executivo, restará impune aos olhos da Lei.
Foi o que disse nesta semana o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha, delegado Leonel Baldasso Pires, que está atualmente respondendo também pela 2ª DP, na Zona Norte da cidade. Ele lamentou o insucesso da investigação e disse que o resultado negativo não pode ser atribuído à sua equipe.
— Fizemos o que foi possível. Infelizmente uma série de fatores não nos ajudou para esclarecer a autoria destes casos — afirmou o delegado Baldasso.
Para a Justiça
O delegado de Cachoeirinha lembrou que no ano passado mais de 20 inquéritos tramitaram na 1ª DP envolvendo desde casos de ameaça à integridade física de Miki Breier aos arrombamentos na Prefeitura – gabinete do prefeito e secretaria – e afirmou que todos foram concluídos e encaminhados ao Judiciário. A maioria deles com partes identificadas e processos instaurados pela Justiça.
A explicação de Baldasso para não chegar à identificação dos invasores, embora lá no começo da investigação tenha dito que havia abundância de digitais e que chegar aos culpados era uma questão de tempo, está – justamente! – na questão das digitais. Segundo o policial, os técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) não conseguiram reconhecer os donos das marcas deixadas.
— O que havia era muito fragmento de digitais, e isso inviabilizou a identificação de alguém. Eu li o relatório técnico e acho que é uma documentação muito bem fundamentada — disse.
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QUANDO FORAM
Primeira invasão: 6 de março
Segunda invasão: 28 de março
Terceira invasão: 1º de abril
Ninguém abre a boca
Outra explicação do delegado Leonel Baldasso para que a investigação tenha dado em nada diz respeito à inteligência de quem praticou estes atos. Segundo ele, o responsável – ou responsáveis – são pessoas ardilosas que possivelmente usaram de artifícios visando preservar suas identidades.
— Os fragmentos (de digitais) podem ter sido propositais. A pessoa pode ter usado luvas, pode ter limpado as áreas em que tocou. A verdade é que não era pessoa comum, mas sabia o que queria e como fazer — explicou.
A desconfiança inicial de que se tratava de alguém que conhece a rotina da Prefeitura e que teria motivação no confronto do funcionalismo com o Executivo, na época, também não levou a lugar algum. Entre os servidores, de acordo com Baldasso, ninguém ousou falar ou acusar qualquer pessoa.
Entretanto, o chefe da 1ª Delegacia não descarta a possibilidade de os inquéritos serem reabertos, mesmo que tenham sido encerrados e já encaminhados ao Judiciário. Isso dependeria, pelo que disse, do surgimento de um novo fato, como uma denúncia apontando a autoria das invasões.
— Tudo pode acontecer. Se surgir algo novo o caso pode ser reaberto sim, nada impede — concluiu o delegado.
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