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EXCLUSIVO | Zaffari de Gravataí pode não sair

Na área do Power Center: à esquerda, parte do arruamento e iluminação já concluídos. À direita, cerca e tapume do terreno do Zaffari já foram depredados.

Está complicada a coisa!

Desde o começo de março se ouve que o assunto do mega investimento do Grupo Zaffari, em Gravataí, é uma questão de dias e que tudo depende do acerto com o grupo que é proprietário de uma gleba de aproximadamente 20 hectares na altura da parada 60 da avenida Dorival de Oliveira.

Entretanto, a realidade é outra.

Entramos num momento de risco em que os empresários – ou pelo menos um deles, que inviabiliza o desfecho para a negociação – olham para o próprio umbigo mas não conseguem ver um palmo à frente do nariz.

Sobre a situação, não foi o diretor do Grupo, Cláudio Zaffari, quem disse. Foi um quase desolado secretário municipal da Habitação, Saneamento e Projetos Especiais, Luiz Zaffalon, quem admitiu: Gravataí corre o risco, sim, de perder o projeto de R$ 300 milhões para implantação de um Power Center na altura da parada 60 da Dorival de Oliveira.

A prefeitura de Gravataí elaborou, mandou para Câmara que aprovou, e o prefeito até já sancionou e está em vigor uma Lei que regula o encontro de contas, como é o caso com os proprietários do imóvel que está “atravancando o progresso”.

A saber.

Eles – quatro donos do terreno – devem cerca de R$ 3 milhões para Prefeitura, em impostos, principalmente o Predial e Territorial Urbano (IPTU).

A área que eles devem ceder, para construção de ruas no mega projeto, é de menos de 10% do imóvel que eles possuem.

Dos quatro, um dos empresários, a cada reunião, põe um novo empecilho. É alteração no projeto de esgotamento pluvial. É o gasto com cartório e advogados. É a falta de dinheiro, que ele alega não ter…

 

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Um palmo…

 

O que eles não enxergam é que tão logo liberem o trecho para que o Zaffari faça roncar os Caterpillar e as primeiras fundações do centro comercial sejam lançadas, os terrenos no entorno tendem a mais que dobrar de valor.

Com isso, logo ali adiante, os hectares destes empresários estariam supervalorizados, permitindo que eles recuperassem todo o investimento feito para entrega da parte que o Zaffari precisa e, mais do que isso, auferissem expressiva lucratividade com a valorização das áreas.

 

Assista à entrevista de Zaffalon, para o Seguinte:, no terreno do mega projeto do Zaffari.

 

O esforçado

 

O secretário Zaffalon recebe pressão semanal, via telefone celular, do empresário-diretor-todo-poderoso Cláudio Zaffari.

— Ele me liga toda semana querendo saber se temos novidade, se a situação está resolvida, estas coisas. Tenho até vergonha de dizer ao Cláudio que está tudo parado — confessa o secretário.

Em conversa com o Seguinte:,  Luiz Zaffalon disse que para equacionar o problema já se dispôs até mesmo a chamar algum outro empresário (que pode ser o próprio Grupo Zaffari) para financiar os custos na movimentação judicial e cartorial e se ressarcir mais adiante mediante a garantia de cedência de um pedaço das terras.

Zaffalon disse num passeio ao terreno que já tem parte do arruamento pronto e asfalto, com iluminação concluída, que tem se esforçado e tem feito de tudo para que Gravataí não seja abandonada pelo Grupo Zaffari.

E quando já estava prestes a entrar no carro, para ir embora, deu a resposta que está lá no começo desta matéria erguendo os ombros, esticando os braços um pouco à frente do corpo com as palmas das mãos viradas para frente, cenho franzido e um meio muxoxo.

— É. Gravataí corre o risco, sim, de perder o projeto do Zaffari. Esse é o medo da gente, que uma hora estoure a paciência e eles desistam do investimento.

Sobre os próximos passos…

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