Os sete Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) de Gravataí, vinculados à Secretaria Municipal da Família, Cidadania e Assistência Social (SMFCAS), em referência ao mês das mulheres, realizaram a abertura da exposição dos trabalhos artísticos dos usuários do serviço intitulado “Feminino em Cena: Vivendo e Protagonizando”, no espaço do Quiosque da Cultura.
A exposição estará disponível para as visitações do público até o dia 25/4, das 9h às 17h, e conta com trabalhos artísticos realizados pelos usuários dos CRAS do município.
Os trabalhos abordam a visão acerca do que é ser mulher, representando suas vivências por meio da protagonização de trabalhos, levando em consideração a maneira de fazer arte e observar o mundo na forma de ser e se identificar.
A ideia do projeto surgiu através de uma reunião entre colaboradores dos CRAS que resolveram se conectar através de um trabalho em conjunto com os usuários de todos os CRAS.
A respeito da exposição, Zete Blehm, secretária-adjunta da SMFCAS, comentou estar “encantada pelos trabalhos”.
– A gente fala dos direitos, dos poderes, dos cuidados mas pouco se faz. De fato, a iniciativa dos trabalhadores com os usuários é uma grande iniciativa de mostrar o protagonismo das mulheres. Elogio muito esta iniciativa porque realmente faz com que, através da arte se realiza a expressão, mesmo que a voz das mulheres às vezes, tenha sido calada – disse.
– Para nós, a nossa maior expectativa é que o serviço de convivência consiga como um dos principais objetivos, criar no seu público de usuários a sensação de pertencimento da comunidade, do território através da participação. Isso contribui muito na diferença. Porque o usuário, além de vir aqui olhar a exposição, trará seus familiares, para que poderá dizer: “Aquilo ali é meu. Fui eu que pintei”. Isto é a prova de uma sensação de pertencimento por parte do usuário – disse José Daniel Rodrigues, coordenador do CRAS Annita.
– É muito importante batalhar todos os dias, mulheres e homens, para que o machismo não se torne mais, para a gente não tenha que ficar lendo ou tomar conhecimento de processos de violência contra as mulheres – disse Charles Brito, orientador social do Cras Annita a respeito dos trabalhos apresentados.
A coordenadora Clarice do CRAS do Centro agradeceu aos homens que estiveram presentes.
– É preciso lembrar aqui, que os homens às vezes, são vítimas desse patriarcado, desse machismo e eles se criam dessa lógica machista. Precisamos desconstruir isso cada vez mais neles – disse.
O orientador social do CRAS Moradas, João Carlos, explicou que os serviços de convivência trabalham com os usuários através de percursos, e que a cada semana, é realizado um tipo de trabalho.
– Todo planejamento que seguimos é trabalhado através de um percurso guiado para um resultado final – disse.
– Tem pessoas aqui que não sabem nem ler, nem escrever. Elas quando começaram a fazer o trabalho, disseram que não iam conseguir, que nunca tinham feito coisa assim. E quando começaram a desenhar com a ajuda do professor de artes, começaram a descobrir o mundo deles. Um exemplo foi uma usuária que não se achava capaz e que nunca tinha realizado uma atividade como essa na vida. Em sua última aula, em apenas 20 minutos, ela soube realizar sozinha o seu trabalho e concluiu o quadro com a sua assinatura. Estas pessoas conseguiram expressar seus cotidianos e os sentimentos que tinham, através dos desenhos que sempre tinham vontade de realizar e não sabiam como fazer – disse João Carlos.
O Quiosque da Cultura está localizado na Praça Engenheiro Leonel de Moura Brizola, na Rua Anápio Gomes, no Centro de Gravataí.