JEANE BORDIGNON

Façamos o ano bom!

“Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.”

Os versos do poeta Carlos Drummond de Andrade lá em 1977 continuam valendo. É um clichê dizer que precisamos merecer o ano novo, fazer acontecer? Sim, mas alguns clichês são verdades que sempre cabem. Pois não adianta esperar o novo e continuar como cantou Belchior: “ainda somos e vivemos como nossos pais…” É isso que você quer? Se quiser que as coisas continuem como estão, é escolha, a vida é um constante “ou isto ou aquilo”, como bem escreveu Cecília Meirelles:

“Ou se tem chuva e não se tem sol,

ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,

quem fica no chão não sobe nos ares.”

Mas se estiver esperando que a vida dê uma guinada em 2025, aí precisa pensar no que você vai fazer, em como está plantando o que quer colher, no que precisa mudar para alcançar seus objetivos. “Foco, força e fé”, sabe? Ou vai seguir no “deixa a vida me levar”, e o resultado nem sempre será agradável. Daí não adianta reclamar que aquilo que recebeu não era o que você queria. Mesmo plantando e cuidando do que cresce, a gente recebe umas ervas daninhas, umas chuvas absurdas que atrasam a colheita… Mas quem está focado, limpa o terreno, tira as folhas quebradas, e segue em frente. Assim é a vida. Um pensador chinês, Lao Tsé, ensinou: “O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos.” E não estava falando sobre rios…

Então, faça mesmo aquela lista de metas para 2025. Eu fiz para 2024, e mesmo não tendo realizado todas, que satisfação dá por cada item conquistado! Porque o que mais importa não é chegar lá em cima, é avançar um pouco todo dia. Até porque o processo nunca vai ser como imaginamos, tem surpresas boas que ajudam a clarear os caminhos, e também as pedras que testam nossa persistência e resiliência.
Fazer o ano bom tem mais a ver com entender que a estrada se anda a cada passo, do que em promover grandes transformações. Um tijolinho de cada vez, assim se constrói um palácio. Quais tijolinhos escolher e como colocar eles é que são as questões que vão nos aproximando dos objetivos. Tudo bem ter momentos de caos, de desligar de tudo… A gente precisa para retomar o caminho com as energias revigoradas. Mas é importante saber para onde queremos ir. E acreditar no processo!

“Depende de nós

Quem já foi ou ainda é criança

Que acredita ou tem esperança

Quem faz tudo pra um mundo melhor…”

É como a música do Ivan Lins: o ano bom depende de nós, está em nossas mãos. Claro que como tudo é coletivo, as escolhas dos outros também respingam na gente. E vice-versa. Por isso não dá para olhar só para o próprio umbigo, para a própria bolha. Devemos nos priorizar quando possível, porque amor próprio é uma conquista muito importante. Mas precisamos também entender que estamos só de passagem por esse mundo e nada diz respeito apenas a nós.

Inclusive ao escrever tenho isso em mente. Não posso apenas jogar as palavras que tiver vontade, sem ligar para as consequências. Por mais que esse espaço seja para as minhas opiniões, não tenho o direito de machucar ninguém. E não é difícil ter esse cuidado.

Assim a gente vai semeando dias cada vez melhores, não é?

“Nós vamos preparar, companheiro

Sem ilusão

Um novo tempo, em que a paz e a fartura

Brotem das mãos…”

Vamos tornar real a Semeadura da canção de Vitor Ramil?

Façamos um ano bom, para todos!

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade