O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou um casal de influenciadores digitais de Canoas por envolvimento em uma organização criminosa voltada à exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A denúncia, formalizada no fim de junho, é resultado de uma investigação que revelou o uso de rifas virtuais como fachada para movimentações financeiras suspeitas.
Além do casal, outras quatro pessoas também foram denunciadas por associação criminosa. Três delas respondem ainda por lavagem de dinheiro e duas por envolvimento com jogos de azar. As investigações, conduzidas pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, apontam que o grupo operava de forma articulada, utilizando a visibilidade dos influenciadores para atrair seguidores e dar aparência de legalidade às atividades ilícitas.
O promotor de Justiça Tiago Moreira, responsável pelo caso, havia solicitado, no início de junho, o cancelamento do acordo de não persecução penal (ANPP) que estava em fase de tratativas com os investigados, após a prisão do casal em 5 de junho. A decisão ocorreu devido ao surgimento de novas evidências durante a investigação, entre elas, vídeos divulgados nas redes sociais que mostravam os investigados promovendo foguetórios e eventos festivos, contrariando medidas judiciais em vigor.
Antes da prisão preventiva, o casal já havia sido alvo de diversas medidas cautelares, como o bloqueio de redes sociais, uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento de passaportes. Mesmo assim, segundo o MPRS, os investigados mantiveram suas atividades ilícitas de forma dissimulada.
Com base nos novos elementos, o MPRS deu parecer favorável à prisão preventiva, que foi acatada pela Justiça. Segundo o promotor Tiago Moreira, o objetivo da atuação do Ministério Público é garantir a responsabilização penal dos envolvidos e interromper um esquema criminoso que vinha sendo praticado de forma reiterada.
A dupla segue presa preventivamente, enquanto o processo tramita na Justiça.