Após longo e tenebroso inverno, enfim, uma alegria para a Nação Colorada que, neste final de semana, merece elogios também por ter vestido outra cor dentro da célebre e necessária campanha do Outubro Rosa.
Atuação consistente, equilibrada e com as necessárias “cirurgias” no desenho tático e no rodízio de nomes. Enfim, Ramón e Emiliano Díaz “estrearam” de fato e de direito. Aliás, uma dobradinha promissora que consagra um interessante casamento de gerações em qualquer esfera da sociedade.
Há tempos estávamos entre aqueles que sugeriam uma mudança para três zagueiros. O campo pedia, gritava, suplicava. Humildemente, a projeção do Futebol Além do Resultado ecoou na prática. A mudança no desenho garantiu robustez defensiva — foi a primeira partida sem sofrer gols após 15 jogos. Sem falarmos no acréscimo de liderança garantido pelo mundialista Gabriel Mercado. A postura anímica do time também foi outra.
A alteração também gerou legados à peça ofensiva, com mais liberdade para os laterais e homens de ataque. É preciso fazer gols para sair da vexatória posição de pior equipe do segundo turno, né?
Nesse sentido, algumas dinâmicas apresentaram seu cartão de visitas. Uma delas foi a fluidez nas triangulações de ataque — vide o primeiro gol, após a trama entre Vitinho, Bruno Henrique e Aguirre. O desenho também permitiu que o mesmo ocorresse no lado oposto, com Carbonero, Thiago Maia e Bernabei.
Agora, a “cereja do bolo” da nova formatação: a dupla Ramón-Emiliano foi além da cartilha do 3-5-2. Ao sacar Rafael Borré do comando ofensivo, promoveu a migração para o 5-4-1 sem a bola, tendo Alan Patrick num misto de camisa 10 e falso 9. Com a bola, mobilidade e imprevisibilidade. Foi assim que Carbonero encontrou Vitinho, na diagonal curta, para balançar as redes no início da segunda etapa. Bingo! 2 a 0…
A providência negou espaços ao adversário, colocou em campo uma estratégia defensiva comum nas grandes ligas mundiais e deu um claro recado ao elenco: chega de jogar só no nome! Quem não der conta do recado se acomodará nas confortáveis poltronas do banco de reservas, independentemente do contracheque.
Vitória com autoridade sobre o Botafogo que, integrante do G4, pertence à nata da liga nacional. Mesmo que timidamente, o torcedor comprou o apelo emocionado do ídolo D’Alessandro e voltou às arquibancadas. Quem sabe presenciamos a tão “sonhada” virada de chave?
Até a sorte e o destino talvez tenham ajudado um pouco. Se Luis Otávio estivesse à disposição, o novo desenho provavelmente não teria emoldurado o chuvoso sábado às margens do rio.
Que venham os treinamentos na Data FIFA para aperfeiçoar o que se mostrou alvissareiro. O próximo duelo é somente no dia 15, contra a zebra-sensação Mirassol.
Um brinde aos três zagueiros e saudações à família Díaz!