opinião

Farra das diárias sai na RBS; viajantes têm vereadores cúmplices

Alertei que o CâmaraTur taxiava em Cachoeirinha, nos artigos  19 mil gastos em viagem de vereadores a Brasília; o ’conto da emenda’ e Três vereadores vão viajar a R$ 19 mil; desistam, dá tempo!, publicados pelo Seguinte: dias 5 e 11 deste mês. Na noite desta quinta, o RBS Notícias tratou de vereadores-viajantes pesquisando câmaras da região.

Um pouco de contexto e depois comento.

No bom exemplo da reportagem de Léo Saballa Jr., com imagens de Fábio Valente e Leonardo Crispim, que é a Câmara de Gravataí, há uma meia verdade, e em meias verdades, uma metade é sempre mais próxima da mentira.

Assista a reportagem clicando aqui e depois sigo.

O Seguinte: mostrou que em duas viagens os vereadores de Cachoeirinha custarão R$ 38 mil entre diárias depositadas em suas contas, passagens e inscrições para cursos em Brasília. Edison Cordeiro (PRB), Nelson Martini (PTB) e Paulinho da Farmácia (PDT) já foram e custaram R$ 19 mil. Cristian Wassem (MDB), Marco Barbosa (PSB, quase PSDB) e Rubens Otávio (MDB) viajarão entre terça a quinta da próxima semana e custarão outros R$ 19 mil.

A RBS pesquisou só as diárias recebidas pelos parlamentares, chegando a um gasto de R$ 30 mil no primeiro semestre.

Alvorada, com os mesmos 17 vereadores, aumentou o gasto de R$ 47 mil em 2018 para R$ 63 mil em 2019 em diárias recebidas por 12 políticos.

Canoas, com 21 vereadores, usou R$ 6 mil. Gravataí, também com 21, foi exemplar: ZERO GASTO.

E desde 2017!

Reforçando os parabéns, explico porque alertei para meias verdades.

Os políticos de Gravataí – onde já houve até condenação para devolução de dinheiro, como revelei dia 3 no artigo Conta de viagem a Europa será rachada entre ex-vereadores; ex-presidente já devolveu dinheiro – pararam de gastar por um motivo subjetivo e outro objetivo.

O subjetivo, e assim trato porque só os atingidos podem confirmar, é que a ‘bancada das diárias’ perdeu votos ao sair no Fantástico, às vésperas da eleição de 2016, com gastos de mais de R$ 1 milhão – acima do legislativo de São Paulo!

Tratei disso no artigo Bancada das diárias perdeu mais de 8 mil votos.

O motivo objetivo é que não há votos suficientes para aprovar viagens entre os vereadores que assumiram na legislatura 2017-2020.

Assim, é possível dizer que só há viajantes em Cachoeirinha porque há cumplicidade dos vereadores: excluindo o presidente, Fernando Medeiros, que só precisaria votar em caso de desempate, as viagens foram aprovadas POR UNANIMIDADE.

Ao fim, é possível afirmar que, se a cada votação nove entre os 17 vereadores não se portassem como cúmplices do CâmaraTur, e aqui não me refiro ao Direito Penal, Cachoeirinha não gastaria com viagens – que, na minha opinião, são desnecessárias, para cursos de coisa nenhuma e sempre justificadas com o ‘conto das emendas palamentares’, que podem ser negociadas com os deputados ali em Porto Alegre, onde todos tem escritórios políticos, sem precisar diárias (que muitas vezes sobram no bolso dos políticos) e passagens cada vez mais caras para Brasília.

Infelizmente, ao povo resta aquela de que a ocasião faz o roubado.

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