PREMIAÇÃO

Fundador do templo para Lúcifer em Gravataí ganha três prêmios no ‘Oscar Africanista’

Mestre Lukas (D), ao lado do também fundador do templo de Lúcifer, Tatá Astaroth

O sacerdote Mestre Lukas de Bará da Rua, idealizador do templo para Lúcifer em Gravataí, que se tornou polêmica nacional em 2024, recebeu três premiações na 4ª edição do ‘Oscar Africanista’, realizado pelo Conselho Federativo dos Cultos Afro-Umbandistas no Conesul (Afroconesul), no último sábado, no Clube Farrapos, em Porto Alegre.

Com três ‘oscars’ — incluindo o Troféu Lanceiros Negros, o Destaque de Melhor Torcida e o título de Embaixador da Afroconesul em Gravataí —, o fundador da Nova Ordem de Lúcifer na Terra (N.O.L.T.) foi saudado como símbolo da resistência contra a intolerância e a união das religiões de matriz africana, em um evento que reuniu mais de 300 pessoas de diversos estados do Brasil e países vizinhos.

O evento premiou líderes religiosos que se destacaram pela “seriedade e dignidade” na condução de suas comunidades, segundo o presidente da entidade, Mestre Allyssen Tony Machado, conhecido como Pai Tony.

“Nossa existência é resistência. O Oscar deles tem um chapéu, o nosso tem uma cartola”, afirmou Pai Tony, em referência ao combate à intolerância religiosa. “Seguiremos lutando pelo direito de cultuar nossos orixás e trazer dignidade às nossas tradições”, completou, durante a cerimônia que contou com representantes do Uruguai, Argentina, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e municípios gaúchos como Passo Fundo.

Três vitórias, uma luta

Mestre Lukas, reconhecido nacionalmente após a polêmica sobre a instalação em Gravataí de um santuário com uma estátua de cinco metros de Lúcifer, cujo alvará resta negado pela Prefeitura e a inauguração proibida pelo Tribunal de Justiça gaúcho, emocionou-se ao receber o Troféu Lanceiros Negros, dedicado àqueles que combatem a intolerância religiosa. “Essas premiações mostram que não estamos sós. É a força do povo de Axé”, declarou, agradecendo à Corrente 72, grupo ao qual está vinculado.

Além do troféu, ele levou o prêmio de Melhor Torcida — em alusão ao apoio de sua comunidade — e foi nomeado Embaixador da Afroconesul, representando a entidade latino-americana em sua cidade.


Destaques internacionais e solidariedade

O evento também premiou outro fundador do templo para Lúcifer, Tata Hélio de Astaroth, embaixador em Cachoeirinha, e religiosos de países como Argentina e Uruguai.

Um dos momentos mais emocionantes foi o lançamento do projeto Samba de Macumba, que busca unir samba tradicional a pontos de Exu, celebrando a cultura afro-brasileira. Além disso, uma rifa de uma TV de 75 polegadas arrecadou fundos para o tratamento de crianças com paralisia infantil.

Ao final, Pai Tony reforçou a importância da união dos 15 embaixadores presentes ao ‘Oscar Africanista’: “Temos a responsabilidade de manter viva a chama de nossa espiritualidade, com ética e respeito”.


LEIA TAMBÉM

Justiça de Gravataí mantém interdição do templo para Lúcifer: a sentença e o que dizem o prefeito e o líder religioso

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Receba nossa News

Publicidade