RAFAEL MARTINELLI

GM de Gravataí retoma produção em semana cuja expectativa é redução da ‘pena de morte’ dos juros; Pátio cheio, bolso vazio

Após paralisação de duas semanas a General Motors de Gravataí retomou nesta segunda-feira a produção na fábrica mais produtiva da montadora que, acelerada com três expansões e R$ 4,5 bilhões de investimentos, desde a inauguração em 2000, emprega mais de 5 mil funcionários e responde por praticamente metade do orçamento municipal bilionário.

Para efeitos de comparação, o custo mensal de uma suspensão é de R$ 5 milhões, uma ‘Ponte do Parque dos Anjos’ a cada 30 dias, ou 5 reais por minuto. Já são quase 12 meses de paralisações, entre o 2020 da pandemia e 2023. Além dos milhões em ICMS que deixam de ser repassados, só neste ano foram perdidos R$ 3 milhões em ISS, o imposto municipal sobre serviços.

Curti ver a jornalista Giane Guerra, em sua coluna em GZH, anunciar a retomada da produção e citar que nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) pode revisar para baixo a política de juros, que preocupa o setor automotivo.

Como tratei no anúncio da paralisação, em A GM fechou em Gravataí; A pena de morte, o emprego roubado, e insisto sempre, o pátio do complexo no Parque dos Anjos segue cheio de carros, o programa de incentivos do governo Lula não foi suficiente e, a parada da Volkswagen em São Paulo, mostra que há uma doença sistêmica no setor que em 2023 bateu recorde de paralisações, gera muitos (meio bilhão) e bons empregos, além de ajudar no crescimento da economia do país; onde corresponde a 2 a cada 10 reais do PIB brasileiro.

Nesta obviedade estamos associados, o ‘chefão’ do sindicato dos metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, o ‘Quebra-Molas’; o Nobel de Economia Joseph Stiglitz e eu: o vilão são os juros altos, em uma economia que só agora começa a dar sinais de recuperação.

– Ou o país, do trabalhador ao patrão, pressiona para o Banco Central baixar os juros, ou nem Jesus salva – avalia o dirigente que, como secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos puxa campanha nacional pela redução na taxa de juros mantida inexplicavelmente pelo BC do presidente Roberto Campos Neto.

É o ‘efeito pena de morte’ dos juros altos – 8% real –, denunciado inclusive pelo Nobel de Economia como “capaz de matar qualquer economia”, como já reportei em GM: após a festa dos 4,5 milhões de carros, a ressaca; A ‘pena de morte’ para Gravataí.

Detalho os porquês, com dados e avaliação de especialista do setor, no artigo que citei acima.

Ao fim, traduzindo do economês: tem carro no pátio, mas não tem gente com grana para comprar zero.

Para completar o ciclone, não há previsão na queda de juros pela ‘República do Banco Central’. Inevitavelmente, funcionário da GM, do jeito que está Campos Neto vai roubar seu emprego, ou de algum colega, assim como acontece com a receita de Gravataí.

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