Sob o olhar dos desempregados, e em meio a demissões em massa e uma crise onde até o cafezinho foi cortado pela General Motors, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) media audiência entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, a partir das 14h desta terça-feira.
Em abril, mais de 300 funcionários que retornariam do lay off foram comunicados por telegrama do fim dos contratos.
Ao meio dia, ônibus contratados pelo Simgra saem da frente da sede, na avenida José Loureiro da Silva, 1.802, no Centro, para a audiência no TRT, em Porto Alegre.
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O acordo furou
Em novembro do ano passado, os funcionários da GM em Gravataí aprovaram proposta da montadora para que 825 pessoas fossem colocadas no sistema de redução de jornada de trabalho por cinco meses, de 1º de dezembro a 30 de abril.
Conforme nota da oposição sindical, "foi estratégia da montadora apenas para adiar as demissões, e com a chancela do sindicato".
Os oposicionistas à atual direção alertam que os funcionários que retornaram do lay off e foram demitidos não tem direito a seguro desemprego, por exemplo.
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Fim do terceiro turno
Como o lay off suspendeu os trabalhos, as novas 300 demissões são vistas como um sinal do fim do terceiro turno na montadora de Gravataí, que já contou com 1,5 mil funcionários e hoje não passa de 500.
Ameaça de greve
– Não descartamos greve caso as demissões em massa não sejam revistas – sustenta o presidente do sindicato, Valcir Ascari.
– Os ajustes feitos pela GM nos últimos 12 meses já são suficientes para manter a estrutura atual – avalia.
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GM vendeu mais…
Conforme o sindicalista, no primeiro trimestre deste ano a GM Gravataí apresentou reação nas vendas. Foram comercializadas 32.337 unidades de Onix e Prisma. No mesmo período do ano passado, 27.480 carros tinham sido vendidos.
Montadora alega queda
A GM sustenta que houve queda de 26% nas vendas da indústria apenas nos primeiros quatro meses de 2016, e não a recuperação do mercado que era esperada quando o acordo para o lay off foi firmado.
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