Quando parecia acuado pela retomada da parceria entre Anabel Lorenzi e Miki Breier, Paulo Silveira deu uma demonstração de que não está tão isolado assim na presidência do PSB de Gravataí.
A direção estadual arquivou processo em que grupo da ex-candidata a prefeita apontava fraude na ata da eleição e pedia o congelamento de qualquer ação do diretório até a substituição de dois membros.
Na prática, a decisão valida reunião em que os dirigentes locais apresentaram como candidaturas do partido em 2018 os nomes do próprio Paulo, e o do também vereador Carlos Fonseca, que juntos calculam seguir controlando 80% do partido.
Ainda não foi definido, mas os dois devem concorrer à Assembleia Legislativa, deixando caminho livre à Câmara Federal para o companheiro de grupo político José Stédile, o ex-prefeito de Cachoeirinha que é presidente do partido no Rio Grande do Sul e candidato à reeleição.
Anabel ficou de fora da lista.
Para deputado estadual, ela já tinha anunciado apoio a Juliano Paz, número 1 de Miki no governo de Cachoeirinha. Mas mantinha em suspense uma candidatura a deputada federal, apesar da grande probabilidade de dar um ‘Joaquim Barbosa’.
A guerra no PSB já tinha sido revelada com exclusividade pelo Seguinte:, em março.
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– É uma vitória da democracia, do voto na urna. Há quem defenda uma coisa para o Brasil e tenha uma prática diferente aqui em Gravataí. O histórico de cada um fala por si – flauteia Paulo Silveira, referindo-se a Anabel ser crítica ao golpeachment contra Dilma Rousseff, mas ter votado pela cassação de Rita Sanco nas ‘pedaladas fiscais’ da aldeia e, no processo agora arquivado, ter tentado uma intervenção da direção estadual na municipal.
Mesmo às vésperas do PSB estadual confirmar a manutenção da aliança com José Ivo Sartori nas eleições de outubro, o presidente abomina qualquer aproximação local com o PMDB do prefeito Marco Alba e do até abril deputado federal Jones Martins, com quem Miki tem boas relações e de quem Paz foi até candidato a vice.
– O PSB terá candidatura própria à Prefeitura em 2020, como tivemos em 2012, 2016 e 2017 – garante, citando os anos em que Anabel foi adversária de Marco e, pelo menos em sua vontade, tirando da fila a até então grande estrela do partido em Gravataí:
– É hora de renovação. A dinastia Breier já teve sua vez.
Parafraseando Clarice Lispector, a Anabel ainda cabe o grito.
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