Estudos técnicos encomendados pelo governo embasam pedido de licitação para o abastecimento de água e coleta de esgoto sanitário em Gravataí, que deve ser lançada até o final de julho
O governo municipal está disposto a dispensar a Corsan e contratar uma nova empresa para o abastecimento de água e coleta de esgoto em Gravataí ainda este ano. Embora o processo para se chegar a essa decisão seja demorado e ainda não esteja concluído, vai acontecer.
Quem garante é o secretário do Governo, Luiz Zaffalon.
– Acredito que entre 30 e 60 dias já podemos ter o edital na mão. Daí vai depender de uma decisão do prefeito Marco Alba notificar administrativamente a Corsan sobre o rompimento do contrato.
O governo argumenta que o serviço prestado pela estatal é ruim e que o plano de investimentos fica muito aquém das necessidades da cidade.
– No primeiro ano do governo Marco Alba, o verão foi um caos. Fizemos estudos, levantamentos, pedidos, inúmeras reuniões. Nada resolveu. Daí iniciamos os estudos para o rompimento do contrato. Hoje, estamos nos passos finais para isso – lembra Zaffalon.
Falta investimento, sobra desperdício
Zaffalon aponta que os últimos investimentos da Corsan em Gravataí foram os licitados ainda durante o seu período na presidência da companhia, em 2010.
– Até agora, não tem água em Morungava. Foi uma obra licitada há seis, sete anos.
Na conta do desperdício, Zafallon contabiliza, ainda, a água que se perde em tubulações velhas, vazamentos, ligações clandestinas e falta de controle.
– De cada 10 litros captados, só 4,5 são entregues. Isso é um absurdo. E está lá, dito pela própria Corsan, em seus relatórios. Metade do que sai do rio fica pelo caminho
Além dos dados técnicos, o governo informa o histórico de desabastecimento que a cidade sobre por conta, segundo ele, de falta de investimento da companhia.
– Se falta luz, não tem água. A Corsan não poderia prever isso de alguma maneira? Hoje já existem geradores para essas emergências.
Coleta de esgoto é deficiente
O secretário do Governo conta, ainda, que são inúmeros os pedidos de investidores que querem ocupar áreas ao longo da ERS-030, por exemplo, e que não podem por falta de coleta de esgoto.
– Esse é um problema que precisa ser enfrentado logo senão não temos como atrair novas empresas, novos empregos, novos loteamentos, por exemplo. Sem saneamento, a Fepam não libera.
Mais recursos para o Caixa
Com a licitação, o governo espera arrecadar um volume de recursos em nome concessão que ainda não foi definido. No final do ano passado, o ex-prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice, participou de uma reunião do Codes , o Conselho de Desenvolvimento criado pelo governo.
Lá, falou da experiência da cidade na licitação da água. E disse que só se arrepende de uma coisa:
– Pedimos, a título de outorga, R$ 30 milhões. Poderiam ter sido R$ 60 milhões.
Uruguaiana tem um terço do número de habitantes de Gravataí – mas uma área equivalente.
Quem vencer, vai ter que investir
Não é apenas a concessão que será paga. Segundo Zaffalon, um estudo técnico foi elaborado por uma empresa e aceito pelo governo como modelo para a operação do serviço. Além disso, a empresa vencedora terá de cumprir com o Plano de Saneamento Municipal, que prevê cobertura total de abastecimento de água em cinco anos e coleta de esgoto em toda a cidade em 10 anos.
– Vamos incluir, ainda, a recuperação do Rio Gravataí e a construção de duas barragens, que vão garantir o abastecimento de água na cidade por muito tempo – prevê Zaffalon.
E o preço da conta, vai aumentar?
– Não vai ter aumento. Estamos trabalhando com a mesma tarifa praticada hoje pela Corsan ou até menor. E houver eficiência no serviço, o preço pode ser menor.





