Com número de mortes em queda e redução na superlotação de UTIs, aos seis meses da pandemia do novo coronavírus Gravataí busca junto ao Governo do Estado a permissão para reabrir todo tipo de comércio, indústria e serviços, numa espécie de ‘plenos poderes’ no Distanciamento Controlado do RS. Apesar da manutenção da bandeira vermelha, a ‘ideologia dos números’, pela primeira vez, mostra que estamos descendo ‘platô’, que costumo dizer tinha a altura do Morro Itacolomi.
No pedido para ‘desbotar’ a bandeira vermelha estariam inclusas atividades de entretenimento como bares, pubs, cinemas e futebol. Aulas também, mas sem previsão de retorno presencial.
Os municípios da região 10 (Gravataí, Cachoeirinha, Glorinha, Viamão, Alvorada e Porto Alegre) também pediram ao governador Eduardo Leite que a troca de bandeiras ocorra a cada 15 dias e não mais semanalmente – o que, convenhamos, provoca o ‘total descontrol’ no Distanciamento, já que incentiva a Lei Vampeta, a do ‘eu finjo que cumpro o decreto (que não sei mais nem qual é!), você finge que fiscaliza’.
Para sustentar os indicadores locais, Gravataí lança sábado um programa de testes nas comunidades, anunciado na live do prefeito Marco Alba e do secretário da Saúde Jean Torman que você assiste CLICANDO AQUI.
Vamos à ‘ideologia dos números’.
Gravataí chegou aos primeiros 15 dias de setembro com 15 vidas perdidas. Em julho e agosto, a média era de 25. Os meses encerraram com 45 e 46 óbitos. Os 121 óbitos em 180 dias desde o primeiro caso da COVID-19 em Gravataí representam 3,07% dos 3.939 pacientes confirmados (3.121 recuperados) em 8.641 exames realizados. O objetivo do Testar Gravataí na Comunidade é demonstrar ao Governo do Estado e ao Ministério da Saúde que o município tem índices que permitem flexibilizar ainda mais atividades. As inscrições para testagem nas unidades de saúde da família Cohab C (parada 74) e Breno Garcia (parada 103) estão abertas a partir desta quarta CLICANDO AQUI.
– Lamentamos as 121 vidas perdidas, mas nossos indicadores mostram que Gravataí tem os menores índices de óbitos da região – aponta o secretário da Saúde.
– Saímos do platô, da estabilização, percebe-se agora uma redução nos indicadores. Anima acreditar que estamos mais perto do fim, apesar da pandemia estar aí e exigir que mantenhamos os cuidados pessoais e com os outros – avalia o prefeito, que também aponta para o fim da superlotação no Hospital de Campanha e nas UTIs COVID de Gravataí.
Dos 10 leitos para casos graves, com intubação, 7 estão ocupados. Dos outros 10 leitos, também com suporte respiratório, mas sem intubação, 3 estão ocupados COVID. Dos 12 leitos intermediários, para onde são encaminhados pacientes em recuperação após alta da UTI, há 11 ocupados. Fora de Gravataí, há 130 pacientes internados em outros hospitais.
– Não há mais pacientes que leitos – resume Marco Alba.
– Gravataí não é auto-suficiente em leitos, mas nossos indicadores permitem que busquemos retomar com segurança nossa rotina – argumenta Jean Torman, frente a números que mostram queda na ocupação de UTIs na R-10.
– Pedimos permissão para reabertura de todas as atividades, observando protocolos sanitários – apela o secretário, lembrando que atividades de entretenimento, por exemplo, não são contempladas nem nos protocolos da bandeira amarela do Distanciamento Controlado.
Ao fim, apesar do tema estar em análise, calma aos que não podem ouvir falar em volta às aulas: Gravataí, se retornar às aulas presenciais neste ano, não o fará antes de 15 de outubro.
– Não há data definida e não retomaremos aulas presenciais sem segurança sanitária alunos e anunciando com um mínimo de 30 dias antecedência – disse Marco Alba, ao responder comentários postados na live que, como aconteceu nas transmissões anteriores, mostram ser a principal preocupação da comunidade.
– Não temos medo de dizer sim ou não. Agiremos de forma racional, sem paixões.
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