Em Milionário Hospital de Campanha de Cachoeirinha fecha fim do mês; Bolsonaro e o câncer que causa tabagismo alertei sobre a possibilidade de fechamento também do Hospital de Campanha de Gravataí, pela suspensão no financiamento do governo federal para manutenção de leitos e UTIs.
– Queremos manter aberto. Os indicadores não permitem fechar. Mas a situação financeira é pior que em 2020 – resume Régis Fonseca, secretário da Saúde.
É uma boa notícia, já os indicadores da crise do coronavírus estão piores e os leitos covid estão lotados e os não-covid superlotados nesta segunda-feira, ainda sem o ‘Efeito Carnaval’.
Pedi informações e o advogado enviou nota pelo WhtsApp. Siga a íntegra e, abaixo, trago os indicadores e análise.
“…
1.
Sobre o Hospital de Campanha: estamos avaliando a demanda diariamente.
Neste momento, não há indicadores que permitam a redução/adequação da estrutura, mas é um caminho possível, caso ocorra a diminuição substancial nos casos de pacientes que necessitam de observação.
2.
Tal acompanhamento tem sido pauta prioritária na SMS, uma vez que não existe perspectiva (pelo menos até o momento) de qualquer aporte federal ou estadual para o custeio extraordinário das despesas relativas ao enfrentamento à pandemia. O cenário atual é muito diferente de 2020, oportunidade em que a SMS recebeu aporte federal na ordem de R$ 21 milhões, sem contar os valores relativos à suspensão do pagamento das despesas previdenciárias daquele exercício.
Lembrando que o custo anual do Hospital de Campanha é estimado em 17 milhões de reais. E precisamos destacar que a despesa ocasionada pela pandemia vai além do Hospital de Campanha, pois há aumento substancial com insumos, EPIs, recursos humanos (que substituem servidores afastados temporariamente ou por fazerem parte do grupo de risco), dentre outras.
3.
Os leitos de UTI e Enfermaria Covid não estão sob o radar para eventual adequação, pois seguem apresentando lotação compatível com a estrutura e estão instalados na própria edificação do HDJB.
A manutenção do atendimento de excelência para pacientes com a Covid-19 é uma agenda permanente do atual governo.
A estrutura foi implantada na gestão do prefeito Marco Alba e hoje é acompanhada com muita atenção pelo prefeito Luiz Zaffalon, que vislumbra a necessidade de retomada das atividades econômicas, com parcimônia, jamais deixando de concentrar esforços para a manutenção do atendimento covid, mesmo que o cenário financeiro/orçamentário seja extremamente desafiador para 2021, ano em que será necessário suprimir recursos para a realização de novas obras e até mesmo para a manutenção de serviços não essenciais.
…”
Analiso.
A ‘ideologia dos números’ praticamente obriga o sacrifício do prefeito Luiz Zaffalon para manter aberto o Hospital de Campanha.
Os últimos dados oficiais, lançados no sábado, 13, mostram 13.190 infectados e 287 vidas perdidas desde março. São 1.088 casos em fevereiro, com 11 mortes. A média de 1 caso a cada 3 horas e 0.80 morte por dia é um pouco melhor que janeiro.
Como tratei em Pandemia piorou em janeiro em Gravataí; O tsunami chegando, dezembro fechou com média de 1 infectado identificado a cada 3 horas e uma vida perdida a cada dois dias (0.75). Janeiro fechou com um caso a cada duas horas e meia e mais de uma morte por dia (1.3).
No geral da Região 10, que no mapa definitivo da 41ª rodada do Distanciamento Controlado segue com a bandeira vermelha – apesar de, como sempre observo, laranja por decreto, na cogestão – os índices pioraram. Dados desta segunda-feira mostram taxa de ocupação de UTIs de 83.6, acima dos 76.3 de 1º de fevereiro e se aproximando dos 83.6 no primeiro dia de janeiro.
A ocupação de leitos em unidades de tratamento intensivo no Hospital de Campanha e no Dom João Becker aumentou em Gravataí: 94.7, frente a janeiro, que terminou próximo de 90%.
A ocupação dos leitos não covid no HDJB/Santa Casa voltaram à rotina de superlotação. Se janeiro terminou com 2 leitos disponíveis, neste dia 15 as 10 UTIs estão ocupadas. Nos leitos da emergência, havia ao meio dia desta segunda-feira 41 pacientes para 14 leitos, o que significa pessoas aguardando em macas, cadeiras de rodas, sentados no chão ou escorados na parede.
Ao fim, é 77 de dezembro de 2020.
E essa preocupante 'ideologia dos números' ainda não computa o efeito do Carnaval.
Nem covidiotas merecem o 'Bloco da UTI'.
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