Jeane Bordignon

Gravataí, uma aldeia de muita arte

Foi difícil escrever nas últimas semanas porque estava arrebatada pela onda de cultura que foi a programação de aniversário do nosso Quiosque e da nossa Aldeia. Teve música, teatro, literatura, artes visuais, dança, e até atividade com bambolês! Tanta coisa que assisti bem menos do que gostaria.

Bem facilitou o fato da programação do Prêmio Ocupação Cultural ter sido dividida entre atividades digitais e urbanas. Assim pudemos ver apresentações em video de diversos formatos e temas. E foi uma alegria rever, mesmo que pela tela, a Izadora Fontoura, que entrevistei quando ela era apenas uma menina apaixonada pelo teatro, mas já se destacava.

Esses reencontros até assustam um pouco, porque parece que não faz tanto tempo assim que eu fazia praticamente todas as matérias de cultura do Correio de Gravataí. Mas muita água rolou… A Izadora hoje é uma mulher forte e mãe de uma menina tão linda e esperta quanto aquela que respondeu minhas perguntas um dia. E isso é muito bonito de ver.

Os eventos também me proporcionaram conhecer um tanto de gente talentosa que, agora que voltei para valer à nossa terra, quero encontrar muito em outras oportunidades culturais da cidade. E melhor ainda foi estar presencialmente entre meus companheiros de arte. Depois de tanto tempo restritos aos meets e videochamadas, como é bom estar em artistas, trocando ideias e energias!

Dentre esses novos amigos estão a Magda Gomes e o Matheus Dias, que deixaram o Quiosque transbordando arte. Ela pintou a escada com vários desenhos referentes à nossa cidade e também um painel com motivos africanos, além do vibrante coração que declara o amor à cidade. Magda também expôs uma arte linda feita com retalhos e escamas de peixe (e eu como boa artesã, claro que adorei), onde é possível interagir, tirando foto com as asas de anjo. Óbvio que tirei minha selfie lá!

Já o Matheus, usando canetas de giz líquido, escreveu o hino da cidade nos vidros do Quiosque. E eu só entendi a grandeza e a necessidade desse trabalho quando consegui ir até lá e li os versos. Nosso hino é muito bonito e ressalta nossas raízes indígenas. E nos meus 40 anos de vida, morando em Gravataí desde que nasci, não lembro de ter lido o hino antes. Se eu, que sou uma agente cultural, escritora, jornalista, ignorava o hino, imagina quem está mais distante das letras?

Por falar em letras, o artista também escreveu a palavra cultura em grande dimensão nos vidros. Dava para ver do outro lado da Anápio Gomes, o que achei maravilhoso. A sensação, quando se avistava o Quiosque, é o prédio avisava: “Aqui tem cultura!” Tentei tirar uma foto, mas a câmera do meu celular não fez jus ao trabalho, que estava muito mais bonito ao vivo.

A visita às artes de Magda e Matheus me proporcionou uma grata surpresa, outro reencontro com um entrevistado mirim da época de CG. Conheci o Jackson Reis quando ele lançou o primeiro livro, aos 11 anos. A gente se segue nas redes e acompanha os trabalhos um do outro, mas fazia muito tempo que não nos encontrávamos pessoalmente. E eis que arte realizou o encontro sem que combinássemos!

É, eu acredito que arte tem uma espécie de magia…

Acho que posso dizer que foi mágica aquela noite quem que Max e eu apresentamos nossa performance Contatos Imediatos. Algumas coisas não saíram como planejado, mas isso não nos abalou, porque estávamos dando nosso melhor e fazer o que era possível naquele momento. O importante é que conseguimos realizar! E foi só o primeiro passo, porque queremos continuar apresentando Contatos Imediatos.

Quero aqui deixar um agradecimento especial a cada um que esteve conosco na apresentação. A viagem só fica completa com vocês, que embarcam com a gente. E um agradecimento mais especial ainda ao Max, porque é bom demais ter um parceiro de trabalho em quem se pode confiar, que joga junto e se empenha. Ao nosso querido fiscal Sandro, obrigada pela compreensão com as falhas técnicas e pelo incentivo de sempre, não só conosco, mas com todo o pessoal. Pensa num fiscal feliz com o tanto de evento bacana que tinha nessa programação? Era ele!

No último domingo foi a finaleira, com uma homenagem linda à Mana Athanásio e seu Centro de Artes que fez parte da história de Gravataí. A praça inteira virou palco, foi bonito demais. Além das coreografias envolventes, foi emocionante ver a dança indo além dos padrões, mostrando que também é possível para diferentes corpos e idades. Uma forma linda de encerrar essa quinzena abundante de cultura! Para quem quiser saber mais de tudo que rolou, siga o https://www.instagram.com/quiosquedaculturagti/ .

A programação de aniversário acabou, mas a arte não pára! Os eventos também me deram oportunidade de me aproximar da Ângela Xavier, nova presidente do Clube Literário, e trocar ideias, porque agora que retomamos os encontros presenciais, queremos mais! E já tem uma data marcada: dia 27 de novembro, às 18h, vai ter sarau do Clube Literário na Amo Livros, livraria que recém abriu as portas na cidade. Fica na Ary Tubs, 818 (quase esquina com a Coronel Sarmento).

Com certeza estarei lá, com meu Brado Carmesim, meus zines, meus amigos artistas e escritores. Venham prestigiar a literatura local! E sigam https://www.instagram.com/clubeliterariodegravatai/

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