Na terça, após diálogo do Governo do Estado com a Federação das Associações de Municípios (Famurs)o governador Eduardo Leite adiou a volta às aulas presenciais, que pela proposta inicial começariam de forma gradual nesta segunda-feira, 31 de agosto. Não houvesse o recuo, Gravataí se insurgiria.
Em live na noite de sexta o prefeito Marco Alba confirmou o que antecipei quinta no artigo ‘Não há previsão para Gravataí voltar às aulas’, diz secretário após reunião com MP, onde publiquei entrevista do secretário da Saúde Jean Torman.
– Não aceitaremos voltar sem termos a segurança de proteger a vida de todos – resumiu o prefeito, advertindo:
– Mesmo que o governador tire nossa autonomia, o que até pode tentar fazer caso um decreto estadual tenha apoio do Ministério Público, vamos espernear muito, não vamos deixar barato. Vamos lutar porque temos a certeza de que conhecemos todas as áreas da educação em Gravataí.
– Não sofram antes do tempo – recomendou Marco Alba, na live que você assiste CLICANDO AQUI.
Reafirmo o alerta que fiz noo artigo Deu a louca no governador!; Nem covidiotas querem mandar crianças às aulas: é preciso pensar “além do primeiro dia” de volta às aulas. Modelo matemático produzido por grupo de especialistas em planejamento da Universidade de Granada alerta que colocar 20 crianças numa sala de aula implica em 808 contatos cruzados em dois dias. Na Espanha, não no Rincão da Madalena ou na Anair. Fosse em Gravataí, seriam 161 mil pessoas na rede de contatos.
Ao fim, como o próprio secretário da Saúde já confidenciou nesta semana, e tratei em A notícia menos pior das 100 vidas perdidas em Gravataí, vai ser difícil achar responsável técnico para atestar a segurança para a volta às aulas antes de uma vacina.
Em Por que não é possível voltar às aulas em Gravataí e Cachoeirinha, artigo onde também apresento estudo feito em São Paulo que reputo provar o risco de uma retomada neste momento, sugiro, aos que insistem que dá para garantir o cumprimento de regras sanitárias por crianças, que apliquem o ‘teste da purpurina’. É só atirar purpurina em um aluno, que uma sala de aula inteira chegará em casa ‘contaminada’.
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