SAUL TEIXEIRA

Grêmio de Renato e os perigos da “Cortina de Fumaça”

Foto Lucas Uebel

A grande vitória contra o Estudiantes, na Argentina, na última semana pela Libertadores, não deixou nenhum legado ao Grêmio. A postura ambiciosa, mesmo com um atleta menos, não embarcou ao Brasil.

O equilíbrio e a leitura de jogo precisos da comissão técnica foram trocados pela covardia disposta em 4 volantes contra o Bahia de Rogério Ceni em Salvador. Jogar futebol assim se torna algo impraticável. Ainda mais com laterais “historicamente” burocráticos e com a escalação inicial abdicando da velocidade dos pontas pelos flancos.

Edenílson aberto à direita e Soteldo no lado oposto. Os melhores momentos do novo camisa 15 sempre foram nas funções mais centrais de meio, principalmente surgindo como “elemento supresa”. Camisa 8 à Brasileira, ou meio-campista box-to-box.

Sobre o Venezuelano, embora tenha velocidade de execução, é um ponta com mais características de armação do que um velocista para explorar contra-golpe. Erro gravíssimo de planejamento. Meia-cancha sem criação e, sem conseguir neutralizar o rival, e ataque sem desafogo.

Enquanto isso, os “heróis” da vitória em La Plata “esquentaram” o banco na primeira etapa: Gustavo Nunes e Nathan Fernandes. Na volta do intervalo, eis a consagração do “mexe bem quem escala mal”. A presença de Cristaldo no time também esteve a serviço da correção da mecânica.

Destaque da temporada, é preciso dosar o camisa 10. Sem um substituto da posição no elenco, a aposta no 4-1-4-1 pode ser alternativa. Desde que sejam escaladas as peças apropriadas, evidentemente. Dodi, Villasanti e Edenilson seria uma trinca que marca, mas também tem relativa chegada à frente. Pelas pontas, haveria mais liberdade para Nathan e Gustavinho.

Para “coroar” a noite dos absurdos, Renato ainda reservou a “cereja” do bolo para a parte derradeira. Por maiores que sejam as divergências com a arbitragem, abandonar a casamata e “levar” todos os reservas “de arrasto” me soou desproporcional.

Desde que o mundo é mundo existem erros e polêmicas ligadas ao apito. Os times campeões muitas vezes precisaram passar por cima disso. Em outros casos, chegam ao caneco “ajudado”, em outros, perdem pelo mesmo motivo. Até prova contrária, a “banca paga e recebe”.

Se tivesse sido escalado mais racionalmente, o tricolor talvez tivesse “enxergado a cor da bola”. Se o resultado fosse melhor, provavelmente os reservas não teriam saído para o banho mais cedo.

É preciso separar o joio do trigo e ficar com o trigo, como diria Lauro Quadros. A reclamação contra a arbitragem é um direito “sagrado” do futebol. Entretanto, não pode ser desculpa, argumento e transferência de responsabilidade para o mau desempenho. Cuidado com a cortina de fumaça…

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