O Grêmio começou a vencer o clássico na escalação inicial. Mantendo a estrutura que normalmente utiliza, o tricolor entrou em campo equilibrado e com ambição ofensiva.
Teve mais posse, volume, chances e chegou a pecar pelo desperdício. Só perdeu as rédeas do duelo com as saídas de Cristaldo, Vina e Pepê — por desgaste físico.
O gol do triunfo no apagar das luzes foi 3 em 1. Estabeleceu “justiça” pela postura tricolor + “salvou” Renato das críticas por ter deformado o time na reta final + deixou um legado: Carballo é 8 de fato e de direito! Utilizá-lo prioritariamente recuado é um desperdício!
O Inter, por outro lado, foi vítima da obviedade! Mano Menezes rasgou a mecânica que melhor funciona em nome de uma hipotética robustez defensiva. Resultado? Passou o primeiro tempo apenas “assistindo” com Baralhas na cabeça de área e Pedro Henrique à deriva.
O que estava ruim taticamente, piorou por motivo individual. Termômetro do time, Carlos De Pena talvez tenha feito a pior atuação vestindo vermelho e branco — deixando o time ainda mais acéfalo. Sequer voltou para a etapa final. Wanderson salvou o time do caos completo nos primeiros 45 minutos.
Num duelo entre equipes de nível técnico semelhante, nada justificaria a mudança de estrutura do Inter.
No ano passado, o colorado
com Mano foi vice do Brasileirão jogando de maneira equilibrada inclusive contra os “superiores” Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG.
Segundo tempo…
Saem Cristaldo e Pepê, entram Thiago Santos e Thaciano. Aqui Renato optou pelo conservadorismo, igualou Mano Menezes na “covardia” e foi justamente castigado pelos deuses da bola com o empate assinalado por Alan Patrick — “10 segundos”após as trocas.
Com Villasanti já fora por lesão, Renato poderia ter optado por Lucas Silva. Seria compreensível, uma vez que o time já possuía Ferreira e Suarez no ataque. Manteria o poder de marcação, mas sem abrir mão da saída de jogo.
Thaciano como 8 e Galdino na ponta-direita também seria alternativa. A era Thiago Santos sequer deveria ter começado no Grêmio — com todo o respeito profissional que merece. Renato, às vezes, abusa do direito de ser Renato.
Outro problema tricolor foi a melhora do Inter quando corrigiu a formação pelos ingressos de Maurício, Lucas Ramos e Luiz Adriano. Ofensivamente, os “vermelhos” poderiam ter produzido ainda mais se, antes mesmo de Maurício, tivessem um ataque formado por Pedro Henrique, Wanderson e Luiz Adriano. Não foi dessa vez!
Resumo em azul
No primeiro grande teste da temporada, o Grêmio mostrou maturidade e coroou o “time dos meias” como, no mínimo, excelente plano B — garantindo repertório à equipe.
Nos trilhos
Ao abrir 9 pontos de vantagem para o colorado, consagra supremacia na década e revela excelência do trabalho da comissão técnica e da direção pela reconstrução em tempo recorde.
Ponto de atenção
Coincidência ou não, nas 3 partidas em que atuou repleto de meias, Luis Suárez teve jornada discreta. Fica clara a mudança de estratégia! Sai a referência e entra o jogo apoiado.
É preciso encontrar um denominador comum para explorar ao máximo — em todos os cenários — o poder letal do maior salário do RS.
Futuro
Tomara que Renato e, principalmente, Mano colham as lições do Gre-Nal 438.
O dia que o futebol “racional” do Grêmio deu as cartas — em grande parte do duelo — e consagrou a obviedade. O primeiro passo para triunfar é ter ambição. O segundo, organização.
Que venham os próximos capítulos…