Time grande que se preze vive de títulos, voltas olímpicas e taças no armário. Os mais de 50 mil torcedores que fizeram a Arena pulsar não mereciam outro desfecho que não a taça do Gauchão 2023. Hegemonia recente inquestionável.
Entretanto, o campeonato Gaúcho termina nele mesmo. Vale pela resposta de Renato a Mano Menezes na coletiva festiva. Vale pelos memes nas Redes Sociais, pela tiração de sarro no Whats App, pela pegação de pé no trabalho e na escola. Vale pela gangorra e pela grenalização. Voltará a valer, porém, somente em 2024 a partir de agora.
A direção do Grêmio fez mágica em tempo recorde. As contratações devolveram competitividade ao time. O efeito Suárez levou mais de 300 mil gremistas à Arena até o momento. A retomada está sendo muito bem construída. Méritos ao novato presidente Alberto Guerra e seu competente departamento de futebol.
O encaixe dos meias garantiu ao Grêmio o melhor futebol do campeonato na tabela de classificação, no mata-mata e no campo. Não fosse o desperdício ofensivo, o título teria vindo com mais facilidade. Como brincou de perder gols, provocou também a ira dos deuses da bola.
Sendo assim, classificação para a final somente nos pênaltis frente ao Ypiranga que disputa a série C. Na etapa seguinte, título garantido com um gol de pênalti polêmico contra o Caxias da Série D. Ambas partidas em Porto Alegre!
Sinceramente, esperava que o tricolor se impusesse mais, notadamente, nos 2 jogos da decisão — mas também méritos ao Caxias de Thiago Carvalho.
É inegável que o Grêmio dos meias já teve melhor desempenho, perfomance e rendimento em 2023. Talvez o modelo adotado seja apenas alternativa — a serviço do repertório coletivo —, mas não solução. A ausência de Pepê quebrou a engrenagem. Bitello, Cristaldo e Vina já produziram mais.
O grupo carece de reforços. Principalmente para colocar os lados e do campo no mapa de calor da equipe. Sem pontas, seria preciso laterais com mais aptidão ofensiva.
No mercado da bola, normalmente laterais são mais baratos do que os pontas, extremas, atacantes de beirada. Sem Michael, sonho de Renato, talvez o investimento em camisas 2 e 6 possam atenuar as dificuldades nas funções 7 e 11.
Em claro legado do título, Bitello e o goleiro Adriel são provas do quanto a categoria de base e/ou a prospecção de jovens atletas no Brasil afora são essenciais para a saúde técnica e financeira dos clubes.
Renato alcançou seu 9º troféu em 700° jogos como comandante no Tricolor, sendo o quarto Gauchão. Pediu folga para jogar futevôlei na Cidade Maravilhosa de Tom Jobim. Acho que é merecido. Mas desde que seja no estilo vapt-vupt.
Mais difícil que vencer é manter-se no primeiro lugar do pódio. E não existe outro caminho a não ser o estudo, o suor e o profissionalismo.
Parabéns à nação Tricolor pelo Hexacampeonato. O sucesso regional — atrelado ao fracasso do tradicional adversário —, porém, não podem paralisar o Grêmio, o elenco e a comissão técnica como no passado recente.
O título estadual, pelo contrário, precisa ser catapulta para voos além do Mampituba.
Eis o desafio intransferível em azul, preto e branco…