O prefeito de Viamão Rafael Bortoletti (PSDB) contestou as informações do ex-prefeito e colega de partido Nilton Magalhães, de que as finanças do governo estão em ordem. “A situação estrutural, e principalmente da malha viária, que eu recebi, é um caos”, disse ao Seguinte:/Diário de Viamão.
Em Entrevista com Nilton: como prefeito que não concorreu à reeleição em Viamão avalia encerramento do mandato. E o conselho ao sucessor o ex-prefeito disse: “Eu entrego bem, a Prefeitura, financeiramente, para o Rafael. A gente recebeu com R$ 36 milhões somente em débitos com fornecedores, em 2021, e com R$ 150 milhões de dívidas com o Instituto de Previdência dos Servidores”.
Conforme Bortoletti, a situação é outra.
“Só para as pessoas avaliarem, há cerca de um ano e meio a empresa que prestava serviços de tapa-buracos faturava em torno de R$ 300 mil, tamanha a quantidade de serviços que a gente autorizava para manter as condições de trafegabilidade. Esta empresa que faz o trabalho atualmente, e não por culpa dela porque a Prefeitura precisa dar a ordem de início, indicar quais as ruas precisam ser recuperadas, faturou R$ 80 mil em três meses, ou seja, quase nada foi feito”, disse o novo prefeito.
Segundo ele, só na estrada Caminho do Meio, nesta sua primeira semana, foram tapados 177 buracos. Bortoletti disse que já autorizou o trabalho em pelo menos 15 ruas da área urbana de Viamão.
O prefeito também já ordenou a resolução de uma situação que classificou como “mais severa”, na frente do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), na avenida Plácido Mottin, cruzamento com a Rua Coronel Aparício Borges, entre os bairros Santa Cecília, Cecília e Santa Isabel. O buraco com cerca de quatro metros de diâmetro e dois metros de profundidade, praticamente “engoliu” um carro na manhã do dia 16 de dezembro. O conserto foi tocado de perto pelo vice-prefeito e secretário de Obras interino, Maninho Fauri. “É uma obra grande que exigiu um esforço da administração, mas que já está sendo concluído”, comentou Bortoletti.
Outra situação relacionada é o grande número de obras iniciadas e que estavam paralisadas. “Também tem as pavimentações comunitárias que começaram a ser feitas e não foram concluídas, pelo menos mais umas 15”, disse o prefeito. O quadro é ainda mais grave de acordo com Bortoletti porque o “maquinário está praticamente todo destruído. Encontrei a Prefeitura só com uma retroescavadeira e uma patrola funcionando. Apenas 10% do maquinário está funcionando, e o resto está tudo parado, sem contar que temos cerca de FR$ 1 milhão em dívidas com oficinas”, revelou o prefeito. De acordo com ele, outros R$ 2 milhões serão gastos para recuperar os equipamentos que são utilizados na manutenção viária da cidade e interior e para o transporte de alunos do município.
O conserto deve ser realizado a curto prazo, já que as aulas nas redes públicas de ensino serão retomadas em fevereiro, e os veículos de transporte escolar, na grande maioria, têm problemas das mais variadas naturezas. “Além disso estamos no período de verão, que é quando temos que deixar as ruas e estradas do interior em boas condições de uso, para enfrentar a época mais chuvosa, no inverno. É um período difícil e uma situação bem complexa, porque a gente teria que estar com as máquinas, todas, em condições de uso, funcionando bem, para fazer este trabalho de recuperação da nossa malha viária, urbana e rural”, explicou.
O que mais disse o prefeito Bortoletti
1.No que se refere à situação econômico-financeira da Prefeitura, Rafael Bortoletti disse que determinou a abertura de uma conta específica para as despesas-dívidas de anos anteriores.
2.Nesta rubrica já estão cerca de R$ 15 milhões em pagamentos que devem ser feitos, relativos aos anos passados, especialmente 2024.
3.Entre estas contas, citou a notificação que a Prefeitura recebeu nesta semana da empresa que faz o transbordo do lixo, de dívidas relativas aos meses de outubro, novembro e dezembro, que sequer foram empenhadas para pagamento.
4.Outro débito da administração municipal, relacionado pelo prefeito, está relacionado à iluminação pública, que também está três meses em atraso.
5.Na área da saúde, as equipes da empresa terceirizada da atenção básica – enfermeiros e médicos – na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) também estão há três meses sem pagamento.
“Estou colocando as contas em dia, aos poucos, para fazer com que a Prefeitura seja mais responsável, nos próximos anos, e possamos realizar o que é mais importante para a comunidade, o que as pessoas realmente precisam”, reforça Bortoletti.