Menos de 12h após uma tragédia chocar Gravataí por, conforme boletim de ocorrência policial, conhecido empresário atirar contra concorrente que estava acompanhado do filho, e depois se suicidar, vereador posta mais um vídeo com arma, em sua pré-campanha à reeleição.
O parlamentar, que se apresenta sob a alcunha de Policial Evandro Coruja (PP), comemora a chegada aos 6 mil seguidores no Instagram desmontando uma pistola, atirando as peças numa piscina e remontando embaixo da água.
Assista – sem a possibilidade de ‘desver’ – clicando aqui.
O vereador bolsonarista-raiz já tinha lançado sua pré-candidatura com uma arma na mão; leia em Vereador de Gravataí apresenta pré-candidatura de arma na mão; Jesus e a orelha do Trump.
No artigo, alerto que ‘coincidências mórbidas’ como a de hoje já se repetiram em Gravataí em outras polêmicas com armas, talvez servindo como medida do quão a tara armamentista já ocupa a pauta política.
Coruja lançou a candidatura de arma na mão menos de uma semana depois do atentado contra Donald Trump, que insinuou ser alvo de uma conspiração, mesmo as investigações indiquem ser o estadunidense, ainda mais que Bolsonaro, vítima de um mundo que ajudou a criar.
Antes, ‘coincidências mórbidas’ envolveram a aprovação de dois projetos armamentistas do próprio vereador, cujos episódios linko no artigo citado acima.
Fato é que a violência, física, visual ou nos discursos, não parece atrair borboletas. É como no poema de Drummond, que apresentava a surpresa do czar que caçava homens ao saber que também caçavam borboletas.
Mostra a ‘ideologia dos números’ que, sob o mesmo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nos Estados Unidos das Armas, onde se compra arma na esquina, são registrados 5 homicídios a cada 100 mil habitantes, enquanto na Europa, com porte restrito, menos de 1.
Mais armas, mais mortes. Triste assim.
Ao fim, apelo: apaga, vereador. Ou ao menos poste vídeos brincando com armas em um momento que não seja de luto.