O estreitamento de laços entre Gravataí e a Cidade de Horta foi consagrado na sessão solene de assinatura do contrato de geminação entre as cidades, na tarde desta quarta-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na Ilha do Faial, nos Açores, em Portugal, com a presença do Prefeito Luiz Zaffalon e do Presidente da Câmara de Horta, Carlos Manuel da Silveira Ferreira, representando um dia histórico para ambas as cidades.
– É um ato importante social e culturalmente. Conhecer as raízes de nossa cidade, como foi formada e como se desenvolveu no tempo, é vital para projetarmos o futuro – disse Zaffa.
O prefeito ressalta ainda que “buscar manter a cultura original, trocar experiências no esporte, na economia, na legislação e nas práticas de gestão é salutar para ambas as cidades”.

A geminação de cidades é um conceito que tem como objetivo criar relações e mecanismos protocolares, essencialmente em nível social, econômico e cultural, por meio dos quais cidades de áreas geográficas ou políticas distintas estabelecem laços de cooperação.
– Resgatamos do esquecimento a epopeia migratória açoriana e faialense em particular, num processo de geminação que cimenta e concretiza um projeto iniciado pelo faialense João Garcia Dutra em 1772, e tantos outros, que partindo desta baía, que hoje pertence ao restrito Clube das Mais Belas Baías do Mundo, abriram as portas do Novo Mundo aos açorianos – afirmou o presidente da Câmara Municipal da Horta.

Para Carlos Ferreira, “esta geminação reforça o posicionamento estratégico do Faial, que se agrega a uma cidade que possui 285 mil habitantes, onde está sediada a Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul, e um dos mais importantes polos industriais do estado e do país”.
A sessão solene, que foi transmitida pelas redes sociais, teve um acompanhamento especial da comunidade de Gravataí, com testemunhos da presidente da Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul, Viviane Peixoto Hunter, e do conselheiro da Diáspora Açoriana eleito pelo Estado do Rio Grande do Sul, Régis Albino Gomes.
O encerramento foi com música: Bruno Rosa, que interpretou os temas “Ilhas de Bruma” e” Chamateia”, considerados dois dos maiores hinos populares dos Açores, e ainda “Peter’s”, uma música original dos Trovante.
O vídeo da cerimônia está disponível no facebook do Município de Horta: https://fb.watch/kC6nJLsU5A/
Conforme o projeto de Lei nº 31/2022 que deu origem à Lei nº 4.457, de 25 de maio de 2022, Gravataí e Horta ficam declaradas como cidades irmãs, visando ao fortalecimento dos laços de amizade entre os povos, sendo parte integrante do Protocolo de Geminação, com a declaração conjunta do compromisso para a promoção das relações econômicas, culturais e sociais entre os municípios.

Gravataí e a cultura açoriana
Em março deste ano, a secretária Regional da Educação e Assuntos Culturais, Dra. Sofia Ribeiro, e o Diretor Regional das Comunidades, Dr. José Andrade, estiveram em Gravataí para a celebração dos 270 anos do povoamento açoriano no Estado.
Os açorianos e seus descendentes constituem a mais numerosa força étnica povoadora do Rio Grande do Sul, e a capacidade transformadora dessa gente foi decisiva para a construção de Gravataí. Após 270 anos da chegada dos primeiros casais dos Açores ao Estado, tradições e arquitetura estão vivas e marcam presença por toda a cidade.
Aqui no município está sediada a Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul. Em todo o mundo existem apenas 16 Casas dos Açores, sendo cinco no Brasil, destas, apenas uma não fica em uma capital, a Casa dos Açores de Gravataí.
O povoamento açoriano no Município de Gravataí iniciou-se em 1747, quando João Garcia Dutra, natural dos Açores, veio residir com sua família na Aldeia de Nossa Senhora dos Anjos, atual Gravataí, a partir do ano de 1772.
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