RAFAEL MARTINELLI

III Guerra Política de Gravataí: Marco Alba e a foto com o candidato bolsonarista; ‘Mito’ pode não ser mais um bom cabo eleitoral

O ex-prefeito Marco Alba (MDB) se reuniu com Evandro Soares, candidato bolsonarista à Prefeitura de Gravataí, com o deputado federal e presidente do PL gaúcho Giovani Cherini, o presidente do PL Jovem RS José Capaverde e o gravataiense Enilto Santos, ex-diretor da Assembleia Legislativa.

– Na pauta, eleições municipais 2024 – postou Evandro, cotado para ser vice de Marco, apesar de lançado a prefeito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro; leia em Bolsonaro lança gravataiense candidato a prefeito; O que isso tem a ver com a III Guerra Política de Gravataí.

“A aproximação do MDB com o PL em Gravataí iniciou nas eleições de 22 com o apoio do partido e do Alba às nossas candidaturas ao governo federal e ao governo do Estado”, acrescentou Evandro nas redes sociais, sobre o “bate-papo entre amigos”, referindo-se ao apoio de Marco, da deputada estadual Patrícia Alba e do, na época emedebista, prefeito Luiz Zaffalon a Onyx Lorenzoni, em primeiro e segundo turno, e a Bolsonaro, em segundo turno.

A postagem possibilita leituras relativas à III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Alba, pós Abílio x Oliveiras e Bordignon x Stasinski.

Inegável é que, ao posar para a, no pós-III Guerra, inédita foto com o PL, Marco Alba permite a associação de sua candidatura ao bolsonarismo, em contraste com seu agora adversário, Zaffa, que se filiou ao PSDB de Eduardo Leite – que para bolsonaristas representa “esquerda”; leia e assista em SEGUINTE TV | Nem Lula, nem Bolsonaro: Prefeito Zaffa escolhe Eduardo Leite e se filia ao PSDB; A III Guerra Política de Gravataí e o Clube dos Frades.

O presidente do MDB de Gravataí, Alan Vieira, já tinha feito movimento neste sentido, ao aderir à Frente Conservadora gaúcha; leia em Alan na Frente Conservadora do RS: o pior momento para o MDB de Marco Alba se associar ao bolsonarismo, artigo no qual reportei a ausência de Marco Alba no lançamento.

A confirmação pública da proximidade com o PL também é um golpe na aposta de políticos da aldeia de que o vice de Marco Alba poderia ser o vereador Thiago De Leon, candidato a prefeito pelo PDT – leia em O empoderamento de De Leon, candidato a prefeito de Gravataí; O copo Stanley e o alambrado das próximas eleiçõesPDT de Gravataí desautoriza convite para filiar Zaffa, mas De Leon admite falar ‘com todos’ e sinaliza para Marco Alba; O ‘Norte via Sul’ na III Guerra Política de Gravataí e os grouchomarxistas –, trazendo também o PSB do vereador Paulo Silveira para coligação.

Por mais que alianças eleitorais permitam a nietzschiana “Deus morreu, tudo pode”, Alba precisaria ser mais ‘pelé da política’ do que nunca para reunir no mesmo palanque o PDT, partido responsável pela ação judicial que tornou Bolsonaro inelegível, e o PL do ex-presidente.

Insisto, porém, que a política é, também, um estreitamento de inimizades.

Assim como descrevi como ‘Dos Grandes Lances dos Piores Momentos’ Zaffa ter em sua base de sustentação do governo o vereador Clebes Mendes, denunciado à comissão de ética do MDB por supostamente ter feito campanha para Dimas Costa (PSD), segundo colocado na eleição de 2020, além de ex-oposicionistas entre os quais incluo – apesar das negativas – Cláudio Ávila, o mesmo vale para Marco Alba-Evandro, que, além de ter sido vice de Dimas, em uma chapa ‘MarxDonalds’, votou contra aprovação de contas do ex-prefeito, o que, não tivesse revertido judicial e politicamente, custaria uma inelegibilidade de 8 anos.

Ao fim, resta aguardar a qual PL Marco Alba se associa. É notório que Evandro Soares carrega pouco das coisas ruins do bolsonarismo, mas, fato é, se apresenta como ‘candidato do Bolsonaro’.

Reputo o inelegível não resta mais um bom cabo eleitoral; nem na Gravataí que em 2018 deu 70% e, em 2022, 60% dos votos para o ‘mito’.

Pesquisa a qual tive acesso, relativa a última quinzena de agosto, mostra que, ao responder sobre uma eventual candidatura apoiada por Bolsonaro 44% dos eleitores entrevistados responderam que a chance de votar “diminui”; 29,1%% “aumenta”; 23,5% não muda e 3% “não sabe/não opinou”.

No agrupamento do potencial de voto, Leite tem 36% de “aumenta”, 44% de “não muda” e 16% de “diminui”. Lula tem 35% de “aumenta”, 25% de “não muda” e 37% de “diminui”.

Gravataí é inquestionavelmente uma cidade conservadora em sua ‘elite’. Entre os pobres e remediados, que decidem eleições, nunca é uma certeza.

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