SAUL TEIXEIRA

Inter de Coudet e a “cartilha” do Futebol Além do Resultado

Uma tarde memorável para os colorados! Não é sempre que um duelo entre dois campeões do Mundo termina num acachapante 7 a 1, placar histórico no Planeta Bola desde o fatídico Mineirão em 2014.

O triunfo colorado tem inúmeros símbolos. Uma pena a desclassificação “no detalhe” para o Fluminense, pois a equipe está na “ponta dos cascos”. Caminha a passos largos rumo ao ápice como obra coletiva nesta reta final da temporada. Ainda mais matéria de futebol sul-americano.

Embora alguns problemas, notadamente a bola aérea defensiva, o time de Coudet joga à plenitude técnica, tática e física. Uma pena que a comissão técnica e os reforços tenham chegado somente no segundo semestre.

Independentemente do vencedor das eleições do Inter no final do ano, a comissão técnica deve ser mantida. Salvo raríssimas exceções, títulos, voltas olímpicas e taças no armário também são fruto de tempo, rotina, repetição e insistência.

Voltemos ao Beira-Rio em 22 de outubro do corrente ano. O colorado passeou, amassou, atropelou, triturou. Consagrou à risca a cartilha do Futebol Além do Resultado que gera resultado.

Entrou em campo como o pior ataque do campeonato e deixa a rodada com a maior goleada imposta no Brasileirão 2023. Assim como ocorreu no Gre-Nal, o Inter demonstra estar em outro nível em rotação, dinâmica, intensidade.

Contra o Santos, porém, não oscilou tanto defensivamente, tampouco brincou de “perder gols”. Contra o Bahia, na última semana, sofreu merecida derrota também ressentindo-se dos desfalques que estavam a serviço de suas respectivas Seleções. O marcador, aliás, poderia ter sido muito maior que 1 a 0. Eis o gancho para outro debate…

Com todos os titulares à disposição, o Inter atual é um “Senhor Time de Futebol”. Evidentemente, o grupo ainda carece de peças de reposição em busca de voos mais altos em 2024. Futebol é momento, já diria o poeta. Sendo assim, o colorado está entre os protagonistas do país no quesito “jogar o fino da bola”.

Ainda não digo que está praticando o melhor futebol do Brasil porque a amostragem, embora marcante, ainda é pequena.

O desafio, então, é manter o bom momento e repetir o desempenho também fora de casa. Quinta-feira o calendário aponta para o Vasco da Gama na Cidade Maravilhosa.

A posição na tabela em nada ilustra a potencialidade da equipe. Mas é aquilo: pontos corridos são literalmente 38 finais. No primeiro turno não havia os reforços e o trabalho de Mano Menezes havia batido no teto. No segundo, nova filosofia com Coudet e foco dividido com a Libertadores.

É o coletivo que potencializa o individual. Por isso, deixamos para trabalhar a pauta das individualidades no derradeiro parágrafo. Todos estiveram bem ou ótimos. Mas fixaremos no 10 e faixa. Alan Patrick por vezes faz o que parece impossível com controle, posse, armação, dribles e passes milimétricos.

O gol contra o Peixe, muito mais do que consagrar a “Lei do Ex”, é uma obra-prima digna de quadro na parede. Artigo raríssimo inclusive no futebol mundial (pelas características), “Alanpa” tem conseguido outra façanha que, sinceramente, pensei que fosse impossível em curto e médio prazos: substituir à altura Andrés Nicolás D’Alessandro.

A passagem de bastão foi efetuada com sucesso. Não basta querer usar a 10. É preciso merecê-la.

Sorte da nação colorada e do Futebol Além do Resultado!

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