SAUL TEIXEIRA

Inter de Roger entre a “história” e a ponderação

Foto Ricardo Duarte

O Internacional talvez seja o grande do país que mais desperdiça o fator local. A lista de insucessos “recentes” em grandes decisões no Beira-Rio consegue ser maior que a irritação da torcida. Contra o Fluminense de Renato, porém, é preciso separar o resultado de parte da atuação.

Até a falha individual, o Colorado honrava com louvores o fato de jogar em Porto Alegre. O adversário mal respirava, enquanto o Colorado atacava por todos os lados, tinha praticamente todos os jogadores no último terço, protagonizava trocas rápidas de passes e recuperava a posse de bola em tempo recorde.

Depois da falha de Thiago Maia — que teve Bernabei e Vitão como coautores —, o time sucumbiu EMOCIONALMENTE. Mesmo assim, manteve o ímpeto e empatou com a melhor notícia do momento para a nação alvirrubra: o colombiano Carbonero.

Na etapa final, sim, a atuação foi tenebrosa. Lembram quando citamos o fator emocional? Acredito que as alterações de Roger Machado também se enquadrem nesse quesito. O treinador mexeu na equipe levando em conta a “história” das eliminações e o burburinho da torcida, não o duelo pelas oitavas da Copa do Brasil.

O comandante “abriu” o time muito cedo e, o pior, tirando a memória coletiva da equipe. Na entrevista pós-jogo, sim, o ex-lateral consagrou a ponderação. “Perdemos, mas o duelo segue em aberto”, disse, mais ou menos assim.

Embora uma manobra arriscada, o recuo de Alan Patrick para a função de volante atacou o problema crucial: a deficiência do Inter nas primeiras funções de meio desde a lesão de Fernando. Para as demais competições, a esperança é que o recém-chegado Alan Rodríguez devolva mecânica ao setor vital.

Até lá, Roger precisa ouvir o que o campo está “gritando”. Thiago Maia e Bruno Henrique não devem jogar juntos! Talvez o jovem Luis Otávio, na cabeça de área, possa dar melhor resultado. Quem sabe já testá-lo contra o São Paulo, pelo Brasileirão, no domingo?

A outra providência seria a saída de Wesley. O time carece de mais um meia. O ideal seria convencer Tabata a voltar à meia-ponta pela direita. Se o camisa 17 insistir em ser o reserva de Alan Patrick, talvez seja o momento de Gustavo Prado — embora tenha ingressado muito mal contra o Fluminense.
Outra saída, embora radical, seria a troca de esquema. Quem sabe um 3-5-2? A dinâmica liberaria Bernabei para o campo ofensivo e atenuaria a avenida às suas costas. Foi justamente por ali que o Flu venceu o duelo.

Aliás, do outro lado havia um adversário que chegou à semifinal do Mundial de Clubes consagrando a arte de “destruir”. Muito bem postado, o tricolor carioca negou espaços com maestria. Sorte que foi incapaz de liquidar o confronto no contra-golpe.

Do contrário, a “história” poderia ter sido ainda pior. Como não foi, ainda existe terreno para reescrevê-la…

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