SAUL TEIXEIRA

Inter transforma “participação” em candidatura. Sonhar é obrigação!

Uma noite memorável para os torcedores do Sport Club Internacional. Recorde de público no remodelado Beira-Rio, melhor atuação da temporada, classificação dramática nos pênaltis e a tão necessária “virada de chave”.

Eliminar o River Plate não garante ao colorado apenas a classificação às quartas-de-final na maior competição das Américas. O triunfo de 9 a 8 altera completamente a prateleira dos gaúchos na disputa.

O Inter deixa o cartaz de coadjuvante e reduz consideravelmente a distância para os chamados “favoritos”. Agora, sonhar é obrigação! Graças ao Futebol Além do Resultado que gerou resultado.

A troca de treinador, a chegada de reforços de Copa do Mundo e a mudança na preparação física (antes mesmo da chegada de Coudet) devolveram competitividade ao Inter. O tão esperado “time do segundo semestre” começou a dar o ar da graça. As mais de 50 mil vozes no Beira-Rio foram a “cereja do bolo”.

O time de Eduardo Coudet mandou no duelo praticamente do início ao fim. “Amassou” o campeão argentino por antecipação. Sem exageros… Posse, volume, marcação adiantada e repertório ofensivo. Justificou com méritos a passagem de fase. A jornada foi promissora. E muito, ou principalmente, pelas mãos de Eduardo Coudet.

Se os resultados ainda não eram satisfatórios, o rendimento evoluía jogo após jogo, notadamente no “apreço pela bola”. A classificação veio coroar o trabalho de apenas três semanas. “Trabalhamos para que a equipe seja protagonista em todos os jogos”, resumiu o treinador, mais ou menos assim, em coletiva após a classificação.

Escalação equilibrada com Maurício entre os 11. Ousadia após vitória parcial de 1 a 0 com os ingressos de Pedro Henrique e Luiz Adriano — deixando o time com 5 jogadores talhados ao ataque. Por fim, leitura precisa para devolver robustez ao meio-campo com De Pena e Bruno Henrique. Show também de repertório tático. Para cada contexto, um desenho distinto.

A jornada convincente foi capaz de passar pelo erro absurdo da arbitragem. Os homens do campo e, incrivelmente do VAR, “sonegaram” pênalti em Fabrício Bustos na primeira etapa. Alguma divergência???

Após desclassificações contra Caxias, Melgar e América-MG nos pênaltis, a sorte voltou a sorrir com a “gorducha” na marca da cal. O carrasco da semana passada deu dois toques na bola na cobrança, repetindo Carlos De Pena na Copa do Brasil deste ano. Uma hora ou outra, o “Solari” nasce para todos, né?

O colorado, porém, provocou a ira dos deuses do Futebol. Após a bela jornada, é inadmissível tomar gol de bola parada aos 45 da etapa final por total desatenção. Além disso, De Pena teve a bola do jogo na disputa dos penais. Desperdiçou! Não pode!!! Mais sorte do que juízo… Ainda mais contra uma das principais grifes do Futebol Planetário.

Embora o bom futebol no Beira-Rio, os 3 gols do Inter no mata-mata foram assinalados também pela bola parada. Embora seja um expediente crucial para o sucesso, não pode ser a única estratégia ofensiva. A mecânica de ataque ainda carece de ajustes, principalmente quando Enner Valencia deixa a área. Aliás, o camisa 13 também está evoluindo individualmente. Praticamente imparável no “mano a mano” contra os argentinos.

É fundamental que os extremas, volantes e meias infiltrem. A “caída” de Maurício pra a região central e a ultrapassagem de Bustos voltou a dar liga. Uma reedição do trabalho de Mano Menezes. Mais um mérito de Coudet: aproveitar e aperfeiçoar alguns pontos do trabalho do sucessor.

No lado esquerdo, a movimentação de Alan Patrick e a velocidade de Wanderson colocaram “todo o gramado” no mapa de calor da equipe. Mesmo assim, o camisa 10 ainda está atuando muito à frente. O que é um desperdício técnico e tático. Ao menos na nossa singela ótica.

Por vezes pode parecer “pensamento mágico”, mas… Impressionante a relação dos atletas nascidos às margens do Rio da Prata com a Copa Libertadores da América. Que atuação monstruosa de Gabriel Mercado, né? Foram ao menos “três gols” na partida. O de cabeça no 1 a 0, a cobrança de pênalti perfeita e a “salvada providencial” após erro clamoroso de Igor Gomes.

Experiência. Qualidade. Catimba. Tranquilidade! O Inter deve a sua classificação muito a Sérgio Rochet. Destaque na primeira partida, o goleiro foi novamente decisivo em Porto Alegre. Após a “frustração” de não defender nenhuma cobrança, a consagração incomum: pênalti na rede e festa no Gigante. E pensar que, inicialmente, o camisa 33 entrou no noticiário gaúcho por “supostamente” interessar ao tradicional adversário. Futebol e suas pérolas!

Que venha o Bolívar!!! Aqui, mais uma barreira a ser superada. Basta de fazer grandes enfrentamentos contra os gigantes e sucumbir frente aos médios e pequenos, né? É inegável que o favoritismo, agora, é colorado! Mas é aquilo. Se credenciais ganhassem jogos, o River Plate não estaria lambendo as feridas no retorno a Buenos Aires.

É preciso temer o futebol brasileiro…

É indicado considerar a tradição gaúcha na “Arte de Chutar a Bola”…

É necessário, principalmente, respeitar a grandeza do Internacional de Porto Alegre.

Que seja o primeiro degrau rumo ao outrora “impossível”…

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