Com o avanço da derrocada dos poderes constituídos, avançam também as especulações sobre uma possível intervenção militar.
Na verdade, o povo, pelo menos a facção que procura entender os acontecimentos e suas consequências, está cada vez mais atônito com a “pátria à deriva”. O comandante e principais subalternos estão mais (ou só) preocupados no leilão (entre si) da coisa pública do que preocupados em exercer o mandato constitucional democrático.
Então, antes que o navio afunde, dizem muitos, alguma coisa precisa ser feita, e com urgência.
Quando alguém se pronuncia sobre o assunto, de imediato é considerado “a favor” ou “contra”. E aí a polarização se estabelece e a polêmica se instala. Os argumentos favoráveis e contrários constroem, muito rápido, uma torre de babel, onde ninguém se dá ao trabalho de respeitar e analisar a opinião alheia.
Muito se tem falado e escrito a respeito. As redes sociais estão congestionadas com mensagens, imagens, vídeos e textos afins ou correlatos.
Também participo dos “pensares” e dos questionamentos sobre o melhor caminho, a solução mais plausível, oportuna, viável e necessária…
Há uma frase de efeito (e de efeito discutível!) atribuída a Norberto Bobblio: “É sempre preferível uma má democracia a uma boa ditadura”.
A pergunta que se impõe: de que “democracia” o autor está falando?
Por definição, Democracia (Demos: “povo”; kratia ou kratos: poder, autoridade) é, em suma, o poder (governo) exercido pelo povo e para o povo.
Uma visão realista e desapaixonada sobre a atual conjuntura “poder/povo” nos dá conta do quanto estamos distanciados de um estado democrático. As instituições e o povo estão, cada vez mais, submetidos a uma massacrante ditadura travestida de democracia.
Então, que democracia é esta?
Como e quando sair deste ultraje ao ideal e às necessidades de um povo que esta, hoje, muito menos para “Independência” e muito mais para “Morte”.
Se a intervenção militar não é o ideal, precisamos encontrar outra forma de intervenção capaz de resgatar a dignidade do povo e a salvaguarda dos direitos constitucionais.
Quem dera tivéssemos uma resposta pronta!
Ou, talvez, respostas prontas tenham sido as facilitadoras para nos tornarmos acomodados, passivos e permissivos, entregando “de bandeja” o ouro aos bandidos!