Neste domingo (28), Gravataí será palco do 1º seminário sobre Intolerância Religiosa, que vai abordar os desafios das práticas religiosas e o combate ao preconceito. O evento vai ocorrer no Fuzuê Pub (Av. Dorival Cândido Luz de Oliveira, nº 8059 – Bom Princípio), a partir das 16h, contará com a presença de representantes de diversas casas religiosas do município, além de um feirão com exposição de artigos religiosos e música. A entrada é 1 kg de alimento.
De acordo com um levantamento feito pela Divisão de Planejamento e Coordenação da Polícia Civil gaúcha, a pedido do Templo de Quimbanda Mensageiros da Luz, em 2023 o número de crimes relacionados a preconceito religioso foi 86. Desses, 40 foram registrados somente em Porto Alegre, na Região Metropolitana. Em 2024, até fevereiro, o total de casos notificados de intolerância religiosa foi 23.
No entanto, é preciso reforçar que, muitas vezes, por receio de retaliação, os religiosos acabam não notificando as autoridades competentes sobre abusos sofridos. Nesse sentido, o seminário visa reforçar ao público a necessidade de notificar os casos, para que políticas públicas possam ser feitas e medidas sejam tomadas.
Segundo o Táta de Quimbanda Independente, Mestre Lukas de Bará da Rua, autor da iniciativa, a ideia de organizar um seminário junto ao feirão tem por objetivo debater o combate à intolerância religiosa no município, unindo ações práticas em prol da comunidade.
“Queremos abordar a luta contra a intolerância religiosa, falar sobre a necessidade de notificar os casos junto aos órgãos competentes, mas também auxiliar a fomentar a economia local e levar entretenimento e lazer. Por isso, além do seminário vamos ter o feirão, que vai contar com música e muito axé”, explicou.
Participarão da mesa oficial, o Babalorixá Ademir de Ogum, a Yalorixá Cris de Xangô, a Yalorixá Bruna de Yemanjá, o Babalorixá Giuliano de Oxum, o Táta Roger de Exú Rei e Professora Rosângela – todos religiosos de Gravataí.
Feirão do Axé
Na ocasião, o local vai abrigar também o Feirão do Axé, uma exposição voltada para a compra e venda de artigos religiosos. Segundo Mestre Lukas de Bará da Rua, a ideia é que o evento ceda espaço aos empreendedores da cidade, que trabalham com roupas específicas para uso religioso, bem como floras, ferreiros e demais artesãos que têm na religião seu meio de subsistência.
“Essa foi uma forma de auxiliar os empreendedores e distribuir mais doações para aqueles que foram atingidos pelas enchentes. Durante o seminário vai ocorrer ainda o sorteio de alguns artigos religiosos, sendo uma forma de valorizar os pequenos negócios”, comentou.
Já o entretenimento ficará por conta de Gui do Axé, que trará uma novidade ao município: as letras das músicas de pagode com pontos de religião. Essa é uma prática já recorrente no Rio de Janeiro e que aos poucos vem ganhando adeptos no Rio Grande do Sul.
O Feirão do Axé é uma iniciativa do podcast Quimbandaí e do Templo de Quimbanda Mensageiros da Luz e conta com o apoio do Fuzuê Pub.
Se você sofre com intolerância religiosa, não fique calado, denuncie pelo Disque 100.