superação

Iracema, do acolhimento para a universidade

Iracema Maria Araújo Goulart vai estudar psicologia

Realizar o sonho de entrar na faculdade e fazer a graduação no curso que sempre almejou é uma grande conquista na vida de muitos jovens, e foi isso que Iracema Maria Araújo Goulart, que frequentou desde os 14 anos o Serviço de Acolhimento Institucional (SAI), mantido pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal da Família, Cidadania e Assistência Social (SMFCAS), conseguiu.

Na segunda-feira, a jovem assinou o Termo de Ciência e Responsabilidade no Ministério Público em Porto Alegre.

– Foram quatro anos no abrigo, a vontade de estudar e ser alguém vem desde pequena. Escolhi este curso baseada na minha história e por ser uma das áreas que me identifico – contou a futura universitária:

– Foi um choque receber a notícia, fiquei muito feliz. Agora é só sucesso, desistir nunca.

Para a coordenadora do Serviço de Acolhimento Institucional, Márcia Melo, é um "momento histórico":

– Nunca se pensou que um adolescente de acolhimento iria fazer uma faculdade integral e gratuita. Nós trabalhamos por isso, damos o apoio e o suporte sempre.

O benefício da bolsa de estudos integral e gratuita foi obtido em compromisso firmado pelo Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho. O MP encaminha projetos e se compromete a fiscalizar que bens, prestações de serviços e valores sejam utilizados nesses programas.

– O MP encaminhou à procuradora do trabalho Paula Araújo o projeto de bolsa de graduação para jovens do Acolhimento Institucional, e o MPT firmou o compromisso de conduta com a Ulbra – explica a promotora da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Cinara Dutra Brag. 

Ela ainda relatou que estes jovens podem ser de Porto Alegre, como também de municípios vizinhos onde existem as sedes, e que os critérios para a concessão da bolsa são pelo menos um ano de Acolhimento Institucional, idade máxima de vinte e quatro anos e ter a pontuação mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

– Ficamos muito contentes com esta parceria porque o Ministério Público do Trabalho tinha esta verba para destinar e nós tínhamos essa demanda por parte do acolhimento institucional, e queremos também estimular que o jovem do acolhimento, ainda que saia aos 18 anos, continue estudando porque ele tem, então, a perspectiva de uma bolsa de graduação.

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