opinião

Já há lei do piso do magistério em Gravataí; Câmara faz demagogia

Vereadores aprovaram requerimento polêmico em sessão que avançou na noite desta quinta

Aqui vai o chato ‘estragar’ o que parece notícia boa. Não é por torcida ou secação, até porque é o óbvio ululante que professores merecem ganhar melhor. São os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos.

Como na emenda de dezembro em que propôs a reposição já em janeiro de 19,7% em perdas inflacionárias sofridas pelo funcionalismo municipal nos anos de ‘reajuste zero’ do governo Marco Alba (MDB), e tratei pela última vez em A demagogia sobre o salários dos professores; o burro e a récua e nos links relacionados no artigo, Rosane Bordignon (PDT) flerta mais uma vez com a demagogia ao apresentar requerimento exigindo “cumprimento imediato da Lei do Piso Nacional do Magistério”.

E, para aumentar a polêmica, a Câmara embarcou no ‘caça-cliques’ – não só a oposição, mas também a base do governo. A aprovação foi por unanimidade. 19 a 0. Só não votaram o presidente Neri Facin (PSDB), porque sua manifestação só é necessária em caso de empate, e Dimas Costa (PSD), ausente da sessão.

Trato a aprovação do requerimento como um assédio à demagogia porque a própria Câmara, com o voto de Rosane e também com unanimidade dos vereadores, aprovou em dezembro o projeto 4168, enviado pelo prefeito para regularizar o pagamento do piso.

Mais: a proposição chegou ao legislativo após meses de negociação entre o governo e o sindicato dos professores. É uma conquista da categoria, que também conseguiu que nunca haja uma diferença menor que 10% entre os níveis da carreira, o que poderia acontecer em tempos de fim de mês perpétuo para o funcionalismo sem reajustes com ganho real.

Em resumo: conforme aprovado em dezembro, e assim será em todos os anos, a cada reajuste do piso nacional (e neste janeiro o percentual foi de 12,8%) automaticamente a Prefeitura de Gravataí, seja o governo do lado que for da ferradura ideológica, terá que cumprir a lei municipal e nenhum professor vai receber menos. Como os educadores estão em férias, os salários aparecerão com o reajuste na folha de fevereiro, para pagamento em março.

O requerimento não vale mais que uma manobra política para seduzir o professorado que se permitir enganar. Fica parecendo uma esperteza de ano eleitoral para faturar em cima de uma negociação já concluída entre o sindicato dos professores e o governo. Como a lei já está valendo, o requerimento, na prática, vai do nada a lugar algum. É como parlamentares que apresentam requerimentos pedindo asfaltamento de ruas contratadas em financiamento junto ao Banco do Brasil desde o segundo semestre de 2018.

Ao fim, cuidado com a desmoralização, vereadores! A meia verdade tem uma metade mais próxima da mentira… E Rosane, com o tamanho de 44 mil votos como candidata a prefeita em 2016, não precisa disso para os professores saberem que há mais de três décadas defende a categoria. 

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