como ele vota?

Jones e o tchau querido para Cunha

Jones Martins (E) na Câmara dos Deputados, em Brasília

Jones Martins (PMDB) atendeu ao Seguinte: agora há pouco, no plenário da Câmara dos Deputados. O deputado federal de Gravataí vai votar a favor da cassação de Eduardo Cunha (PMDB). Julgamento passa a ser prioritário na pauta a partir desta quarta-feira

 

– Ele não tem condições políticas de se manter no cargo – resume Jones, que conta que “a coisa já estava fervendo” quando assumiu o mandato em maio, mas nunca foi procurado pelo ‘malvado favorito’ ou algum emissário para pressioná-lo a ajudar a salvar a pele do colega de partido.

– Nunca falei com ele.

Jones diz não ter estudado a fundo o processo da Comissão de Ética, que entra nas prioridades de votação nesta quarta-feira.

– Mas ele já está condenado pela sociedade. E, como dizia Ulisses Guimarães, essa Casa (Câmara Federal) faz o que o povo quer – diz, prevendo a vitória da cassação.

– Não sei o quanto ele tem no exterior, qual a culpa dele, mas sei que ele não conseguiu responder satisfatoriamente aos questionamentos.

Jones acredita que um ‘tchau, querido’ para Cunha possa abaixar um pouco a temperatura política em Brasília.

– Muito do que tem se dito sobre Cunha é revanchismo do PT, porque ele foi o comandante do impeachment. E o PT tem feito uma oposição implacável, obstruindo muitas votações.

– Entregar a cabeça de Eduardo Cunha como um troféu talvez ajude a virar a página – argumenta Jones, que não acredita numa renúncia do deputado.

– Pelo que vejo, ele não é homem disso.

 

Como anda o processo

(Com informações do El País)

 

O penúltimo passo para que a Câmara dos Deputados votasse a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi dado, mas a data para que esse julgamento ocorra ainda é incerta. Na tarde desta segunda-feira, foi lido no plenário o parecer do Conselho de Ética da Casa recomendando a perda de mandato do peemedebista por quebra de decoro parlamentar.

O deputado afastado é acusado de ter mentido aos seus pares ao dizer que não possuía contas em bancos do exterior. Ele continua mantendo sua versão e diz que os trustes que possui na Suíça não se caracterizam como contas.

Agora é necessário que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marque o dia em que o processo de cassação entre na pauta de votações. A partir de quarta-feira o processo se torna prioritário. Isso quer dizer que ele sempre será o primeiro da fila de votações. Para votar qualquer outra proposta é necessário que a maioria dos deputados presentes concordem com a inversão da ordem.

Se depender de Maia, outros projetos devem ser votados antes que a cassação de Cunha. Sua prioridade, conforme revelou mais de uma vez, é com a pauta econômica. Depois de votar o projeto de renegociação da dívida dos Estados (o PLP 257/2016), o deputado deve levar a plenário o projeto de lei que altera as regras de exploração do pré-sal, uma proposta que já foi aprovada no Senado e ainda depende da análise dos deputados.

Sem querer marcar data para o caso de Cunha, as únicas certezas que Maia deu até o momento é que a votação da cassação ocorrerá em um período com alto quórum na Casa e será antes das eleições municipais, que acontecerão em outubro. O difícil será conseguir uma presença elevada de deputados em um período em que vários deles estão preocupados em dar suporte às campanhas de seus aliados em suas bases eleitorais. Oficialmente, a campanha inicia no próximo dia 15.

 

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