Como foi a primeira visita oficial do deputado federal Jones Martins ao Rio Grande do Sul depois de sua posse no Congresso
– E aí, deputado!
– Deputado só, não. Deputado federal… – ri Jones Martins, o deputado federal pelo PMDB.
– Vão ter que te chamar de Excelência agora… – brinca outro que pediu votos para ele.
Não é pela cerimônia: a condição recente de deputado dá o tom da brincadeira entre todos que receberam Jones ontem no gabinete do prefeito Marco Alba, ali pelas 15h30 da tarde de sexta-feira (20), para uma entrevista com a imprensa de Gravataí.
Ao chegar, recebeu sorrisos e cumprimentos, um abraço do caloroso do secretário da Saúde, Laone Guimarães, seu sucessor na pasta. Sônia Oliveira, presidente do PMDB e prima de Edir, último deputado federal da cidade, lembrou:
– O Zaffalon gosta de brincar que elegeu dois prefeitos quando era presidente do partido. Eu elegi um deputado federal.
Também estavam lá diversos secretários, alguns vereadores, assessores e o pessoal do partido. Até o filho do ex-prefeito Acimar da Silva, Alisson.
– Vai concorrer mesmo? – perguntou Jones.
– Vou, sim.
E ouviu uns conselhos do deputado que já foi vereador em Gravataí duas vezes – as duas, ao lado de seu pai.
Recente? Não parece…
Há uma semana no cargo, ele ainda se habitua com a condição de parlamentar. É no discurso que Jones lembra os veterano do ofício. Mais cedo, em debate na Rádio Guaíba com Paulo Ferreira, do PT, teve pega e tudo.
– Esse golpe de vocês tem o Eduardo Cunha de chefe – disse Ferreira, ou coisa parecida.
– Olha, o José Dirceu só não é o chefe do PT porque tá preso – respondeu o deputado de Gravataí.
Falaram muito sobre o golpe (é golpe ou não é? – para Jones, não foi):
– Onde está o golpe quando o processo de impeachment tramitou quatro meses na Câmara, dando chance para defesa e a articulação da ex-presidente, quando tramita no Senado com defesa e chance de articulação da ex-presidente, tudo isso observado, vigiado pelos olhos da justiça e do Supremo Tribunal?
Recebido pelo governador
A primeira visita oficial de Jones não foi a Gravataí, mas a José Ivo Sartori. Ele foi recebido pouco antes do meio-dia no gabinete do governador para os cumprimentos de praxe, colocar-se à disposição do Estado para as tratativas políticas em Brasília e mandou um fraterno abraço a Sartori em nome do titular do mandato, Osmar Terra, agora ministro do Desenvolvimento Social de Michel Temer.
– O presidente Temer e o ministro Eliseu Padilha também lhe mandam um abraço, governador.
Na Câmara
Do Piratini, após um almoço rápido em Porto Alegre na companhia do jornalista Paulo Burd e do amigo Mauro Greco, Jones foi à Câmara encontrar-se com a bancada do PMDB. Conversou com todos os vereadores que estavam no prédio amarelo da José Loureiro na tarde de sexta.
Do PMDB, ouviu pedidos – deputado é para ouvir pedidos mesmo – e como encaminhar questões políticas em Brasília. Ex-chefe de gabinete da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, Jones conhece como funciona a liberação de recursos e projetos para o SUS de Brasília para cá. E explicou pontualmente para uns e para outros como levar as coisas até lá.
Homenagem
Aproveitando o momento, o vereador Gerson Rovisco (PV) pensou em oferecer a Jones um título de cidadão de Gravataí. Embora tenha vindo pequeno e feito carreira política na cidade, Jones nasceu em Meleiro, Santa Catarina.
– Vou conversar com o PMDB e ver se não se importam que eu faça. Qualquer coisa, o PMDB faz e eu assino junto – disse Rovisco.
O vereador do PV chegou a ser assessor de Jones no segundo mandato do agora deputado na Câmara de Gravataí.
Embaixador de Gravataí
Na coletiva no gabinete do prefeito, Jones reafirmou a ideia de ser o embaixador da cidade na Capital Federal – e já recebeu das mãos do prefeito Marco Alba a primeira missão.
– Hoje, entre os projetos aprovados e liberados, temos R$ 38 milhões para receber do governo federal – contou o prefeito.
– Sabemos que nesse período de austeridade não vai ser fácil liberar recursos. A gente entende como é, foi assim aqui também. Mas pelo menos para aquelas obras que já começaram a gente quer pleitear que os recursos sejam repassados – completou Marco Alba.
– O que puder ser feito, eu farei. O rombo é gigantesco, o presidente deve anunciar na segunda-feira um déficit de mais de R$ 200 bilhões nas contas do governo, mas vamos lutar por Gravataí – comentou Jones.
Em duas semanas, Jones e Marco devem voltar a se encontrar em Brasília. Dessa vez, com o ministro Eliseu Padilha, que também vai receber cópia do documento com as obras do governo federal em Gravataí que tem recursos em atraso.
Na brincadeira… ou tem um fundinho de verdade?
No final da audiência, ao pedir que uma assessora reservasse a cadeira do prefeito, Marco Alba brincou:
– Vai que alguém queira sentar no lugar do prefeito.
– Eu quero! – disse Jones.
Ficou pela brincadeira.
Para assistir o vídeo do primeiro pronunciamento de Jones na Câmara dos Deputados, clique aqui. O vídeo foi postado no facebook e para assistí-lo é preciso ter uma conta na rede social.