profissionais de sucesso

José Paulo da Rosa, da Vila Branca para o topo

Diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa, abre a série Profissionais de Sucesso da editoria do Seguinte: que retrata o Melhor de Gravataí

Já vai longe o tempo em que o guri torrense que veio para Gravataí com sete anos corria atrás da bola em terrenos baldios ou no campo do Vila Branca, com amigos e na parceria dos irmãos. Aliás, ele só nasceu em Torres e mudou muito cedo, com a família, para a aldeia dos anjos, onde mora até hoje.

Desde o ensino fundamental no então Colégio Estadual de 1º Grau Tuiuti – que hoje tem sua sede na vila Bonsucesso – e do Ensino Médio no Colégio Dom Feliciano, até hoje, nosso primeiro personagem do “Profissionais de Sucesso” acumula um currículo digno dos maiores elogios.

José Paulo da Rosa, o marido da Daniela e pai dos gêmeos Leonardo e Paulo, de cinco anos, tem uma irmã e três irmãos, todos residentes em Gravataí, e já foi um empreendedor dono da “Pães & Doces”, uma padaria da avenida Assis Brasil, em Porto Alegre, que vendeu em 1995 para assumir como diretor da Escola do Senai na cidade de Santo Ângelo.

 

Sistema S

 

De fino trato, personagem quase em tempo integral dentro de um terno e gravata, fluente também em inglês, italiano e espanhol, José Paulo é o atual diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Mas não se engane: o regional no caso é para todo o Rio Grande do Sul.

Ele recebeu a reportagem do Seguinte: nesta semana que findou em uma ampla e quase franciscana sala, no 12º andar da sede da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), que divide com a diretoria regional do Serviço Social do Comércio (Sesc).

A trajetória de José Paulo no “Sistema S” – como são chamados o Senac, Senai, Sesc, Sesi e Sebrae, principalmente estes – se iniciou quando José Paulo tinha 16 anos. Como office boy do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Foi no Senai que ele foi professor da área de alimentação, de padaria e confeitaria.

E foi na Escola de Ensino Profissional Ney Damasceno Ferreira, a escola do Senai logo na entrada do Distrito Industrial de Gravataí, para que vem da RS-118, que ele exerceu a função de diretor. Manteve, também por força do cargo, uma estreita relação com o empresariado de Gravataí, muitos deles ainda integrantes do seu círculo de amizades.

 

A trajetória

 

O atual diretor regional do Senac-RS chegou à Fecomércio por indicação de um destes amigos, o empresário gravataiense Flávio Sabbadini, já falecido. Sabbadini era membro da diretoria da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí (Acigra), e quando assumiu a presidência da Fecomércio levou o amigo José Paulo com ele.

Primeiro, José Paulo exerceu por cerca de três meses, lá no ano 2000, a função de gerente de Educação do Serviço Social da Indústria, o Sesi. Mas em seguida assumiu como diretor regional do Sesc, onde ficou em 2001 e 2002, e desde 2003 ocupa o posto de diretor regional do Senac.

Como cargo de confiança do presidente da Fecomércio, se mantém no cargo com o aval do atual presidente, Luiz Carlos Bohn, o quarto desde que assumiu a função que ocupa. Indicado por Flávio Roberto Sabbadini, que morreu no exercício do cargo, foi mantido por Moacyr Schukster e passou pelo mandato de Zildo de Marchi, antecessor de Bohn.

É José Paulo quem fala:

— Ser diretor do Senac já há 14 anos é um desafio grande, muito grande, porque se trata de uma organização que tem 71 anos e, atualmente, emprega 2.100 funcionários, administra 43 escolas no Rio Grande do Sul e cerca de 100 mil alunos por ano.

 

: José Paulo da Rosa com o ex-presidente da Fecomércio, Flávio Sabbadini (centro) e Everton Della Vechia, ex-diretor regional do Sesc-RS

 

Futuro do Brasil

 

Ocupando um cargo que exige formação, experiência na área educacional e competência na área da gestão, José Paulo considera que dirigir o Senac gaúcho é um “desafio interessante” pelo fato de o Brasil ser um país em que a educação é de baixa qualidade, e por isso mesmo a educação profissionalizante se reveste de maior importância ainda.

O autor de um livro – “Escola de Qualidade”, lançado em 2008 – e ponteiro direito nas peladas do campo da Vila Branca, vice-presidente do Cerâmica Atlético Clube ao tempo do ex-presidente Décio Becker, e integrante do Lions Clube Gravataí, vê com otimismo o futuro do Brasil apesar da atual crise política vivida por conta, principalmente, da Operação Lava Jato.

— O Brasil tem jeito sim. Tem futuro, sem dúvida, mas vai ser preciso que a sociedade tome as rédeas através de novas lideranças — afirmou, com elegância, sem tecer qualquer comentário ou fazer críticas aos políticos que comandam a Nação atualmente.

 

Caminho longo

 

O caminho para equacionar as dificuldades verde-amarelas passam, segundo José Paulo, pela educação. Como na Coréia do Sul, ou Singapura, países onde foi conhecer e pesquisar e analisar o sistema educacional, altamente priorizado pelos governantes e razão do crescimento social, político e econômico registrado nas últimas décadas.

— É preciso que aqui também se priorize a educação, mas como? Temos um caminho muito grande pela frente porque está difícil até de se ver uma luz no fim do túnel. Temos um Executivo totalmente comprometido, um Legislativo igualmente comprometido e um Judiciário que não nos dá muita confiança — comenta.

E só então rasga o verbo:

— Enquanto ocupamos nosso tempo discutindo malas de dinheiro, as questões fundamentais ficam em segundo plano.

 

Para saber

 

: De acordo com um teste mundial feito em 70 países de três em três anos – o último foi em 2015 – com estudantes de 15 anos, Singapura ficou em 1º lugar.  O Brasil ficou com a 63ª posição.

: Indicadores do Brasil e do Rio Grande do Sul apontam que a média de permanência na escola não passa dos sete anos, o que equivale a um período de tempo menor do que o suficiente para cursar o Ensino Fundamental completo.

 

Baita conquista

 

1

Como diretor regional do Senac-RS, José Paulo considera que nos 14 anos em que está no cargo foram alcançados muitos bons resultados.

 

2

O último deles foi em 2016, quando o Serviço Nacional do Comércio do Rio Grande do Sul ganhou o 1º lugar da Fundação Nacional da Qualidade. Foi a única instituição de ensino a receber o troféu.

 

3

Em 2009 José Paulo pesquisou o sistema educacional da Coréia do Sul, então avaliado como o melhor do planeta, e comparou com as escolas públicas e privadas do Rio Grande do Sul. Foi sua tese de doutorado em educação que defendeu na PUC/RS.

 

4

Neste ano visitou e pesquisou a educação em escolas de Singapura – que ultrapassou a Coréia do Sul em qualidade de ensino – comparação que está servindo para formatar sua tese de pós-doutorado em Educação, curso que está concluindo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

 

5

Pelo Senac, em viagens internacionais a trabalho, José Paulo já esteve em Londres, na Inglaterra (2011) e em Leipizig, na Alemanha (2013). Neste ano, em outubro passado, esteve em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

 

6

Natural de Torres, no Litoral Norte, José Paulo da Rosa veio para Gravataí há 46 anos com a família que fixou residência na Vila Branca. Desde 2003 mora no condomínio Paragem dos Verdes Campos, à margem da Freeway e próximo da fábrica da General Motors.

 

JOSÉ PAULO DA ROSA É:

 

: Graduado em Administração de Empresas pela (então) Faculdade Porto-Alegrense de Ciências Contábeis e Administração.
: Especialista em Gestão de Escola Técnica pela Universidade Federal de Santa Catarina.
: Especialista em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
: Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).
: Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).

 

Confira no vídeo a entrevista de José Paulo da Rosa para o Seguinte:.

 

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