Presidente do Sindilojas foi à Câmara ontem à noite e fez discurso mostrando quanto custa a operação de uma pequena empresa na cidade – e porque a entidade acha tão errado o aumento auto-concedido aos parlamentares
O que o presidente do Sindilojas, José Rosa, foi fazer na Câmara ontem quando usou a Tribuna Popular foi um grande apelo pela contenção de gastos no setor público. Sabia que iria gerar polêmica.
– Um comerciário tem que trabalhar seis meses para receber o que um vereador ganha todo dia 30 – disse, lá pelas tantas do seu discurso.
José Rosa criticou o reajuste de salário aprovado pela Câmara na semana passada e que o Seguinte: classificou como 'engorde' já que na letra fria da lei, não é um aumento, mas a reposição da inflação. Dá no mesmo, no fim.
– Eu sei que pode. Mas era o momento?
– Recomendamos aos que nos representam nessa casa que façam sua cota de sacrifício. Afinal, 50% do que se arrecada vai para folha de pagamento – lembrou.
E se fosse uma loja de 50m2?
Durante o tempo que esteve na tribuna, José Rosa mostrou como funciona uma pequena loja, de 50m2, e como ela faz para sobreviver. Com uma tabela e tudo.
– Uma pequena empresa, como são 95% das empresas da cidade, está passando dificuldades. Nós não temos como bancar os aumentos das despesas do setor público.
– Legislativo e Executivo falam em proteger o emprego, mas quem é que protege quem gera o emprego? – questionou o presidente do Sindilojas.
E sobrou até para o aumento do ICMS, aprovado pela Assembleia Legislativa no ano passado, no início do governo de José Ivo Sartori.
– Ouvi lá um deputado dizer que representava todos os gaúchos e votava a favor do aumento de impostos porque nenhum gaúcho gostaria de ver o Estado quebrado. E que gaúcho quer o aumento da carga tributária, deputado?
Por fim, José Rosa convidou os vereadores a uma atitude: o exemplo.
– Convido os vereadores e a senhora vereadora a fazer história. Tenho certeza de que podemos contar com vocês.
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