A juíza Luciana Barcelos Tegiacchi comandou parte do processo eleitoral de domingo que deu fim ao ‘veraneio das urnas” elegendo o peemedebista Marco Alba (PMDB) para retomar o comando da Prefeitura de Gravataí. Como titular da 71ª Zona Eleitoral, coordenou o segundo pleito na cidade ao lado da juíza titular da zona 173, Quelen Van Caneghan. O primeiro foi em outubro passado.
Ela está na magistratura desde o ano de 2001 e teve atuação anterior na comarca de Taquara onde foi juíza eleitoral com jurisdição, também, sobre os municípios de Parobé, Riozinho e Rolante. A campanha, acirrada e com momentos de tensão e muitas acusações, xingamentos e várias outras atitudes, foi analisada pela juíza como quase normal.
— Tranquila, tranquila mesmo, não dá para dizer que foi. Até porque é uma eleição cuja campanha já vinha bastante disputada, muito acirrada, desde antes de outubro passado — disse.
Para a juíza Luciana Tegiacchi, a tendência, sempre que se repete uma eleição como foi o caso de Gravataí – com a eleição suplementar, é que “os ânimos fiquem mais à flor da pele, as pessoas se tornem mais exaltadas”.
Na boca de urna
Ela baseia sua análise na incidência de crimes anotados domingo passado, dia da votação, quando foram registrados 18 casos de boca de urna – houve mais denúncias, mas não aconteceram flagrantes – número que a magistrada considera elevado diante da ação preventiva que foi realizada antes.
A Justiça Eleitoral reuniu dirigentes partidários e coordenadores de campanhas para alertar acerca das regras para o dia do pleito, especialmente que evitassem a boca de urna, que é a propaganda e abordagem de cabos eleitorais aos votantes, nas imediações dos locais das seções eleitorais. Mesmo assim, na opinião de Luciana Tegiacchi, foi um volume acima do esperado.
— O pessoal nos deu bastante trabalho — comentou.
E a animosidade?
O clima belicoso pré ‘dia D’ do ‘veraneio das urnas’ também foi avaliado pela juíza da 71ª Zona Eleitoral de Gravataí, não como uma situação normal, mas como consequência da proximidade entre as partes envolvidas na disputa.
— Por ser uma eleição municipal ocorre que as pessoas se conhecem, na grande maioria, já que os representantes dos partidos e das candidaturas estão mais próximos da população — avaliou.
Esta proximidade, de acordo com a juíza, é que torna a disputa mais movimentada com troca de farpas e dardos jogados de todas as trincheiras para todas as trincheiras. E, considerando este aspecto – da proximidade – o que houve não chegou ser surpresa para juíza.
Processos
Sobre o destino das denúncias formalizadas antes da eleição e dos flagrantes de boca de urna do domingo passado, a juíza disse que todos os casos terão desdobramento a partir de agora. Também há os casos de pessoas que foram chamadas para trabalhar no pleito e não apareceram.
— Já temos alguns processos em andamento que eram anteriores ao pleito, mais os de agora que terão andamento como processo criminal que são os da boca de urna, e os de mesários que não compareceram em outubro e agora e que vão ser chamados para dar explicação. Mas são mais fatos pretéritos do que fatos novos — disse.
Opinião pessoal
Luciana Barcellos Tegiacchi não quis analisar como juíza eleitoral o alto índice de abstenção na eleição de domingo (25.93% contra 17,39% de 2 de outubro passado).
— É uma opinião pessoal porque não tenho dados para sustentar tecnicamente, mas acho que a maior razão foi o fato de ser uma eleição fora de época. Isso dificultou bastante. Não há uma mobilização, ou o interesse, de todos por se tratar da repetição de uma eleição.