RAFAEL MARTINELLI

Justiça marca audiência em ação que pode anular eleição de Cachoeirinha: entenda o caso

Posse do prefeito Cristian e do vice Delegado

A Justiça Eleitoral de Cachoeirinha marcou para às 14h do dia 8 de abril a primeira audiência de instrução da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que pode resultar na cassação do prefeito reeleito Cristian Wasem (MDB) e do vice Delegado João Paulo Martins (PP).

A notícia foi publicada pelo site O Repórter, nesta sexta-feira.

A ação, movida pelo candidato derrotado David Almansa (PT), aponta oito supostas irregularidades cometidas pela chapa governista antes e durante o período eleitoral de 2024, incluindo abuso de poder econômico e político.

As denúncias

As principais acusações da petição inicial da coligação de Almansa são:

1.Distribuição de 14 mil pares de tênis a estudantes da rede municipal dias antes da eleição, classificada como “compra de votos” e uso de recursos públicos para promoção eleitoral.

2.Repasse de R$ 2,7 milhões via cartão corporativo para uma servidora da Defesa Civil durante as enchentes de maio de 2024, supostamente para “agraciar apoiadores políticos”. A Prefeitura alegou “erro na nota de empenho”, afirmando que o dinheiro não foi sacado.

3.Uso indevido de meios de comunicação vinculados ao governo para favorecer a campanha.

4.Concessão de férias a servidores comissionados para atuarem na campanha, além de pressão a funcionários para dificultar investigações sobre compra de marmitas durante as enchentes.

Os advogados Ernani Rossetto Juriati e Lucas Dall Agnol Pedrassani, representantes de Almansa, pedem a cassação da diplomação, anulação dos votos, multa e inelegibilidade por oito anos para Cristian e Delegado.

A defesa

O advogado Lucas Madsen Hanisch, que representa a coligação de Cristian e Delegado, rebate as acusações, classificando-as como “tentativa de eleitoralizar atos administrativos rotineiros”. Sobre os tênis, argumenta que a distribuição foi feita pelas escolas, sem envolvimento direto do prefeito. Quanto aos R$ 2,7 milhões, afirma que a legalidade do procedimento foi comprovada em investigações anteriores.

— Não há qualquer irregularidade. São ações contínuas da gestão, desvinculadas do período eleitoral — declarou Hanisch quando o Seguinte: revelou a existência da ação e teve acesso à íntegra da defesa.

Juíza: Cristian e Delegado só depõe se quiserem

A juíza Suélen Caetano de Oliveira, da 143ª Zona Eleitoral, rejeitou o pedido para que Cristian e Delegado fossem intimados a depor, citando jurisprudência do TSE: “A parte investigada não pode ser compelida ao depoimento, mas pode requerer ser ouvida por sua defesa”.

Caso condenados, Cristian e Delegado perderiam os mandatos, teriam os diplomas cassados e ficariam inelegíveis por oito anos, seguindo precedentes como a cassação dos ex-prefeitos Miki Breier (PSB) e Maurício Medeiros (MDB) em 2022.

A decisão da primeira instância pode ser recorrida ao TRE, TSE e STF.

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