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Leite sobre Gravataí: Elevada de 20 milhões na 118 entre Centenário e Distrito sai com privatizações e concessões; O início do fim de uma fake news

Acesso ao Distrito Industrial entre 118 e 030 é ’quilômetro da morte’ e dos acidentes

Quando R$ 400 milhões e 20 anos depois a duplicação da ERS-118 foi anunciada concluída pelo governador Eduardo Leite no trecho de 22 quilômetros entre Gravataí e Sapucaia dos Sul, contestei no artigo Duplicação completa da RS-118 é uma fake news.

Alertei faltar, além de passarelas, a ligação da Av. Centenário (ERS-030) com o Distrito Industrial de Gravataí, o que chamo de ‘novo Km da morte’, por registrar mais acidentes e vidas perdidas que a ‘curva do bigode’ na 74 da Av. Dorival de Oliveira, ou a sinuosa parada 60.

Nesta quarta, um alento. As obras em Gravataí foram incluídas pelo governador no programa de obras anunciado nesta quarta e que prevê R$ 5,2 bilhões em investimentos públicos e privados nos próximos cinco anos. São R$ 1,3 bilhão em recursos próprios para rodovias até 2022, que dependem do sucesso em privatizações e concessões.

O Avançar no Crescimento projeta R$ 522,96 milhões em ligações regionais, “com destaque para obras complementares à RS-118 (iluminação, passarelas, interseção com a RS-030 e ligação entre Viamão e Porto Alegre)”.

– Com as contas em ordem, o Estado começa a ter mais fôlego e energia para o planejamento, de forma estruturada. Apresentamos hoje aquilo que consideramos um marco, a partir do qual começamos a escrever nossa história de forma diferente. O RS passa a ser mais conhecido pelas soluções do que pelos problemas. Essa é a agenda que é capaz de nos inserir definitivamente no cenário nacional como um Estado que não se resigna aos seus problemas – disse Leite, no Palácio Piratini.

No discurso, elogiou deputados estaduais “corajosos” que aprovaram as reformas previdenciária e administrativa entre 2019 e 2020, as alienações de CEEE, Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM) em 2019 e, em 2021, o fim da exigência de plebiscito para a venda de Corsan, Procergs e Banrisul.

– O Estado conseguiu enfrentar o tema da despesa, e estamos fazendo a lição de casa do lado da receita.

Dois planos fazem parte do Avançar no Crescimento.

O Plano de Obras com R$ 1,29 bilhão em investimentos em recursos próprios, em diversos municípios, já inspirava votos na Assembleia Legislativa. O Plano de Concessões de Rodovias é mais polêmico. A ideia é conceder 1.131 quilômetros de estradas, permitindo investimento de R$ 10,6 bilhões em 30 anos, dos quais R$ 3,9 bilhões já nos primeiros cinco anos. A consulta pública começará em 18 de junho, por 30 dias, e o leilão será realizado até dezembro.

No pedagiaço estão a ERS-118, a ERS-020 e a ERS-040, o que já provocou reações em Gravataí e região, como tratei em artigos como A Gravataí contra o pedágio na ERS-118; É privataria, Secretário de Estado diz que é ’fake news’ pedágio no trecho duplicado da ERS-118 e Políticos divergem sobre pedágio na ERS-118; A ’fake news sobre a fake news que não era fake news’.

No texto que referi na abertura deste artigo, publicado lá em dezembro, quando a rodovia foi inaugurada, apelei por mobilização política, social e de mídia para que a ligação entre a Centenário e o Distrito – cujo custo estimado é de R$ 20 milhões – não fosse esquecida. Lembrei que a duplicação das pistas de rolamento principal não configura a conclusão completa da obra.

Escrevi: “Não se trata de minimizar o esforço do governador para ‘concluir’ uma obra cuja necessidade é uma unanimidade, e que se arrasta desde a colocação da primeira placa, em 1998. O que é preciso evitar é que, após o corte da fita, prometido para dezembro, a 118 seja esquecida, já que estará ‘pronta’, enquanto faltam ligações tecnicamente viáveis com as cidades que a rodovia cruza. Por óbvio, não será o DAER e seu 'orçamento zero' a investir os mais de R$ 20 milhões necessários só em Gravataí”.

Alertei: “se a grande mídia não entrar nessa pauta para além dos releases comemorativos de governos, e as comunidades restarem amorfas, teremos uma duplicação cheia de boas intenções, mas tecnicamente uma obra ‘fake news’”.

E concluí: “É uma visão técnica, não política”.

Ao fim, é uma boa promessa de Leite. Que, conforme o governador, só virá com as privatizações, concessões e, aguardemos, pedágios.

 

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