coluna do cidade

Levitação maldosamente de perfil

Como agir rumoroso patrão de nós todos

o pão esquecido pelo poeta na farra

as nadadeiras que nos permitem ser São Gabriel

a chamuscar a língua dos bons moços

com leviatã em seus pescoços

que o tempo venha

que venha em tempo

voraz na voz dos que dormem junto ao trigo

chorando por mais trago

insolúvel é o teu afago

patrão que levita em bairros turvos

estamos por ti

sofrendo em turnos

de espanto e indo de arrasto para a morte desnecessária no pasto

eu sou assim, também, destruo o que amo

eros que me devolva o vestido de noiva

antes que seja roupa de mil irmãs em cova

nã-não estou contigo em berço de ouro

enquanto luminária e lâmina

à espera de um banho purificador e duradouro.

sou tão fiel que sou perecível.

 

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