crise do coronavírus

Lockdown deu certo: Araraquara tem 2 dias sem mortes, Gravataí tem 5 a cada 24 horas; O efeito Páscoa e a UTI só em hospital militar

Foto SILVIO ÁVILA | HCPA

O lockdown deu certo em Araraquara, que tem quase a mesma população de Gravataí. Na quarta em que o Brasil superou a marca de 4 mil mortes pela COVID-19, cidade do interior de São Paulo completou dois dias consecutivos sem registrar qualquer óbito pela doença.

O lockdown de verdade, que durou 10 dias em fevereiro, foi inédito no país.

Araraquara está há 32 dias sem nenhum paciente aguardando leitos e teve uma queda de 75% dos óbitos por semana e, também, queda de 47% das amostras positivas remetidas aos laboratórios.

– Todos os pesquisadores que conversamos, da OMS (Organização Mundial da Saúde), da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), foram unânimes: era preciso medidas mais rigorosas e foi o que fizemos. Nós retiramos o transporte público de circulação por 10 dias; fechamos absolutamente tudo que gerava qualquer forma de aglomeração, inclusive, supermercados, que ficaram fechados por 6 dias – detalha o prefeito Edinho Silva (PT), que determinou a aplicação de multas para pessoas que estavam nas ruas sem justificativa durante o lockdown que iniciou em 21 de fevereiro e durou 10 dias.

Em Gravataí, que como todo o Rio Grande do Sul experimenta uma bandeira preta acinzentada, também houve queda nos óbitos depois do colapso de março, mas na ordem de 22%, não de 75% como a cidade paulista.

Se o pior mês da pandemia, como mostrei em Março de Gravataí teve 4 a cada 10 mortes de 1 ano de pandemia; Última vítima tinha 14 anos, registrou 196 vidas perdidas, em uma média de 6,5 a cada 24h, com um recorde de 15 no dia 4, abril tem uma média de 5,1 mortes/dia, com 41 em 8 dias, até às 18h. O número de infectados cresceu de 18.333 no dia 1º para 19.032 nesta quinta, 8. Para efeitos de comparação, em janeiro a média era uma vida perdida por dia.

Em 12 de março, semana em que a ocupação de leitos e UTIs chegou a 500% em Gravataí, publiquei Não seria hora de um lockdown de verdade, de indústria, supers e ônibus em Gravataí e Cachoeirinha?; O exemplo que funcionou. Tínhamos 14.867 infectados e 397 óbitos. Foram 173 mortes nestes 27 dias.

Ao fim, é uma medida drástica transformar qualquer localidade em uma cidade fantasma. Mas inegável é que funciona. A ‘ideologia dos números’ mostra. Vidas são salvas. Por óbvio que na Grande Porto Alegre seria preciso um lockdown regional, já que não há fronteiras. Araraquara fica a quase 300km de São Paulo.

Torçamos para que o colapso não ressuscite como efeito do feriadão de Páscoa, o que verificaremos a partir do fim da semana. Porto Alegre e Gravataí tem hoje média de ocupação de 90% nos leitos e UTIs públicas e privadas.

É um ‘platô de estabilidade’, mas infelizmente ainda nas alturas do Morro Itacolomi – longe do que mostrou a Folha de S. Paulo em Hospitais das Forças Armadas reservam vagas para militares e deixam até 85% de leitos ociosos sem atender civis.

 

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