Será que ainda precisamos falar de empreendedorismo feminino? Sim, é preciso falar de empreendedorismo feminino até que ninguém mais precise fazer essa pergunta. O painel que o Núcleo Acigra de Mulheres Empreendedoras (NaMe) realizou nesta segunda-feira, dia 2 de março, tratou dos vários desafios que as mulheres enfrentam na conciliação entre os diversos papéis atribuídos a elas.
A atividade ocorreu próximo ao Dia Internacional da Mulher e teve o objetivo de dar um recado: o dia 8 de março não é para homenagens; é para reflexão e ação.
Com o tema “Lugar de mulher é no mundo dos negócios”, o painel, transmitido ao vivo pelo Instagram da Acigra e do NaMe, contou com a participação da jornalista e coordenadora do Núcleo, Marcilene Forechi, da coach e diretora da Acigra, Samy Flach, e da advogada e primeira-dama de Gravataí, Patrícia Bazotti Alba. A transmissão foi feita do auditório da Acigra, às 19h30, com a presença de nucleadas e convidadas.
Durante o painel foram abordados aspectos históricos e legais relacionados à movimentação da mulher em direção a ocupar espaços no mercado de trabalho e no mundo dos negócios.
– Destacar o empreendedorismo feminino não é uma questão de vitimismo ou de colocar a mulher em um lugar de privilégios – disse Marcilene Forechi na abertura do painel.
Ela lembrou que é preciso analisar a situação das mulheres hoje "a partir de fatos, de dados e de contextos históricos, sociais e culturais”.
– Até 1962, as mulheres não podiam ter CPF ou conta no banco. Elas só passaram a ser consideradas cidadãs de pleno direito a partir daquele ano, com a regulamentação do Estatuto da Mulher Casada e, posteriormente, com a Constituição de 1988.
As diferenças nos motivos pelos quais as mulheres empreendem e os modos como elas decidem empreender foi um dos pontos abordados por Samy Flach. Além disso ela levantou a questão da autonomia financeira e destacou a realidade de muitas mulheres que se mantêm em relacionamentos abusivos por serem dependentes do marido ou companheiro.
– Muitas pessoas não entendem a necessidade de falarmos sobre violência porque não vivem essa realidade – afirmou.
Entre outras coisas, Patrícia Bazotti Alba destacou a importância de discussões que fujam de julgamentos sobre o que é certo ou errado quando as questões envolvem decisões das mulheres.
– Uma mulher pode escolher cuidar dos filhos e da casa, mas essa não pode ser uma imposição ou a única opção.
Ela também apontou para a importância de que mulheres ocupem espaços públicos e de poder com candidaturas fortes e mais presença nas discussões políticas.
Para que o painel acontecesse, as integrantes do NaMe participaram ativamente do processo e da divulgação. A especialista em marketing digital Lisandra Campos, da Mídias de Resultado, foi a responsável por viabilizar a transmissão e coordenar o trabalho. Graciela Sousa, da empresa Graciela Sousa Eventos, se empenhou em deixar o ambiente agradável e garantir um coffee especial, com direito às delícias da Jana Rezende Doces.
O painel “Lugar de mulher é no mundo dos negócios” integra uma série de atividades que serão desenvolvidas ao longo do ano pelo Núcleo Acigra de Mulheres Empreendedoras (NaMe). O Núcleo é um projeto de apoio ao desenvolvimento de pequenos negócios, implementado em uma parceria entre a Acigra, Federasul, CACB, Empreender e Al Invest.
Atualmente, a Acrigra é presidida por Ana Cristina Pastro Pereira, a primeira mulher a ocupar o cargo desde que a instituição foi criada, há 92 anos.
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