opinião

Luta de classes no PT Cachoeirinha?; Almansa defende BOM

Davi Almansa é presidente do PT de Cachoeirinha até o fim deste ano

O futuro do Bloco de Oposição Municipal pode ser decidido dia 8 de setembro, na eleição interna petista, como antecipei nesta quinta no artigo BOM, enquanto durar; PT implodirá bloco de oposição em Cachoeirinha, publicado pelo Seguinte:

David Almansa, atual presidente, confia que dure. E condena o debate interno travado pela mídia.

– Os três citados em teu artigo boicotam o partido há dois anos, não participaram de atividades nem das campanhas de Miguel Rossetto e Paulo Paim em Cachoeirinha. Não os vi com a gente na greve geral, trancando a garagem da Transcal, lutando pelos moradores da Granja, construindo movimento estudantil – desabafa o sociólogo, referindo-se aos três petistas históricos Volnei Borba Gomes, Leonel Matias e Aline Cruz, que apresentaram o professor João Evangel como adversário à candidatura apoiada por ele à presidência, a também professora Ester Guareschi.

– De fato represento a direção que defende a unidade de oposição para derrotar o governo ruim de Miki Breier (PSB). A conjuntura não permite ao PT arrogância.

Almansa evoca inclusive uma teoria da conspiração onde o prefeito e o ex-prefeito José Stédile (PSB) teriam infiltrados nos partidos de oposição para implodir o BOM.

– Fato é que o assédio é grande sobre quem não está com o governo. E, quando há gente da oposição tentando sabotar um bloco contra o governo, não tem como deixar de desconfiar. Ou há chance de formar um bloco impondo desde já uma candidatura do PT?.

Almansa nega isolamento. Cita o apoio de lideranças como o ex-prefeito José Bauer e o histórico Olvari Trisch, além de, usando derrotas eleitorais do PT local nos últimos 20 anos, sustentar a política de aproximação com "progressistas", como a Rede de Antônio Teixeira, o PCdoB de Serafim Sanches, o PSol de Ester Ramos e Pedro Ruas, a independente Ana Fogaça e outras forças políticas

– Em 2008 foram 22 mil votos com Leonel Matias candidato a prefeito tendo um vice de extrema direita, hoje um dos maiores bolsonaristas da cidade (Charlante Stuart); em 2012, 12 mil votos com Volnei Borba Gomes e 7 mil novamente com Leonel em 2016, quando ficamos sem representação na Câmara. Meus mil votos corresponderam a metade dos votos feitos pelos candidatos a vereador do partido. A queda livre nas urnas confirma que o isolamento não funcionou – argumenta, observando que, “na conjuntura do golpe contra Dilma e da prisão de Lula, e com Bolsonaro fazendo sete a cada dez votos", foram filiadas ao PT mais de 200 pessoas, "uma a cada quatro dias".

Almansa também contesta a informação de que recebeu uma advertência da direção estadual para compor com forças adversárias a comissão eleitoral para eleição interna.

– A direção estadual, que integro, enviou uma resolução para os municípios orientando que todas as tendências dos diretórios estejam representadas. Os citados em teu artigo, como optaram por não integrar a direção, poderiam indicar observador. Até agora não fizeram.

Ao fim, Almansa é bravio:

– Há uma classe média no PT que não suporta ver no comando do maior partido de esquerda da cidade alguém que já chamaram de ‘guri de merda’, que tem mãe negra, avó empregada doméstica e morava em uma área de risco. Não querem pobres na direção partidária e, se você olhar de lupa, tradicionalmente exercitam uma política familiar na ocupação de espaços e cargos.

“O último capitalista que pendurarmos será aquele que nos vendeu a corda”, era uma das frases mais violentas creditadas a Karl Marx. Aos que não perceberam, o discurso de Almansa induz à interpretação de que o PT de Cachoeirinha experimenta uma luta de classes.

Cordas não faltarão.

 

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