opinião

Marco Alba e o exemplo à Síria política

Posse de Flávio Lopes na Secretaria de Segurança foi mais um sinal da prioridade de início do governo

Os primeiro passos do prefeito de Gravataí Marco Alba (PMDB) têm confirmado na prática que a segurança é prioridade número 1 do início do novo governo, como prometeu na campanha e o pobre, o rico e o remediado também pedem em qualquer pesquisa.

Nas primeiras 48 horas, levou pessoalmente à Câmara o projeto para contratação de 41 novos guardas municipais e assinou a ordem de serviço para extensão da fibra ótica para escolas, postos de saúde e prédios públicos – a base para, até o ano que vem, cercar a cidade com uma centena de câmeras de videomonitoramento.

Nesta quinta, promoveu como primeira posse do novo secretariado a ascensão do coronel Flávio Lopes, ex-comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar de Gravataí, à Secretaria de Segurança.

E, na cerimônia, achou um símbolo do ‘espírito’ das relações que defende entre os políticos, seja na Síria política que divide governo e oposição em Gravataí, ou dentro do governo e sua base de vereadores.

Se no discurso de sua posse como preeleito reeleito Marco pediu unidade, a troca de postos entre o novo secretário e o anterior, André Brito, ilustrou uma boa convivência onde, até que alguém desminta (o que não parece ser o caso), chefe e subordinado agora ocupam um o lugar do outro sem intrigas, caras torcidas ou corpo mole.

– Obrigado, prefeito, por ter-me permitido exercer minha vocação nos últimos quatro anos. E, muitos não sabem, mas obrigado Coronel Lopes por ter compartilhado comigo seu conhecimento e me sustentado emocionalmente, como amigo – disse André, hoje um especialista pós-graduado em segurança pública e vice-presidente da associação gaúcha dos gestores municipais da área, ao passar o quepe em um tocante exercício de humildade e reconhecimento em um meio onde vale a máxima ‘dê um CC, ganhe um futuro inimigo’.

– Há dois anos trabalhamos juntos e aqui é o André e o Flávio, o Flávio e o André – devolveu o coronel, com uma bagagem de três décadas de Brigada, onde comandou quatro batalhões e administrou o Hospital da BM.

– Vocês são dois exemplos de servidores públicos, que superam as vaidades e tem como objetivo servir as pessoas, muito diferente dos tempos que vivemos hoje de uma disputa insana pelo poder – agradeceu Marco, acrescentando que a dupla representava a personificação do ‘novo capítulo na história da cidade’ que ele clamou no grave discurso de sua posse, sexta passada, onde alertou para a autofagia da política que deixa o povo sempre no fim da fila.

Gente que está dentro e fora do secretariado, que indicou alguém, ninguém ou menos do que queria, estava ali, no pátio da Guarda em frente aos agentes perfilados, ouvindo.

Ou ficou sabendo.

Marco Alba não comenta, mas sabe que ao apostar na estabilidade do secretariado, mantendo praticamente os mesmos nomes e o perfil mais técnico do primeiro mandato, descontentou muitos políticos.

Quem vive os bastidores da política da aldeia sabe que – nenhuma novidade nos pós-eleições – há uma convulsão silenciosa na base, que queria ter mais poder e mais cargos, principalmente no primeiro escalão.

O prefeito parece confiar que as relações se estabilizem com o tempo e, com uma maior popularidade do governo, os políticos restem fortes e felizes.

Ninguém chiou publicamente ainda porque, em última análise, Marco pode pagar para ver. Se quando era candidato à reeleição não se escondeu de medidas amargas para ajustar as contas da Prefeitura, não seria agora que cometeu a façanha de ser reeleito que se demonstraria frágil.

Mas isso tudo são coisas atrás das cortinas. O que o povo quer mesmo é saber de resultados.

O povo-povo, e o povo político.

Aí todos vivem felizes para sempre. Pra sempre que, na política, significa até a próxima crise.

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