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Marco Alba não fez da sua UPA um palanque

Ex-prefeito candidato à reeleição, que permaneceu no meio do público durante todo evento, com a mão levantada ao lado da esposa Patrícia, no momento da bênção da UPA | Foto PAULO OLIVEIRA

Marco Alba não fez da entrega da UPA Abílio dos Santos um palanque para sua reeleição, como muitos digitaram nos últimos dias.

Legalmente poderia, já que a legislação eleitoral proíbe candidatos de participarem de inaugurações apenas a partir da próxima segunda-feira.

E, politicamente, teria direito, já que a construção da UPA, apresentada como a maior obra na saúde de Gravataí depois do Hospital Dom João Becker, pode ser creditada ao seu governo, restando ao prefeito interino Nadir Rocha a honra de cortar a fita.

Porém, durante toda a meticulosamente organizada cerimônia, que começou às 19h e encerrou há minutos com um coquetel aberto ao público, Marco permaneceu sentado na primeira fila, ao lado da esposa Patrícia. Não subiu ao palco para fotos e nem discursou, nas quase duas horas de pronunciamentos de autoridades.

Silenciosamente, ouviu o prefeito interino, o secretário estadual da Saúde João Gabbardo, o deputado federal Jones Martins, o presidente da Câmara interino Alex Tavares e os secretários Luiz Zaffalon (Governo) e Laone Guimarães (Saúde).

Impassível, até secar discretamente lágrimas que escaparam quando Lisiane, filha do falecido ex-prefeito Abílio, agradeceu-o por dar o nome do pai à UPA e lembrou de quando ele, um dos ‘menudos’, frequentava sua casa e era o melhor amigo de Vaninho, irmão que perdeu a vida aos 33 anos, em 1987, em um acidente automobilístico.

Quando os políticos foram chamados para percorrer as instalações da obra de R$ 4 milhões e depois descerrar a placa da inauguração, para desespero de alguns assessores Marco preferiu ficar para trás, conversando com as pessoas.

– Fico feliz em ver isso pronto, em pensar que aqui vidas poderão ser salvas. O que me move é as coisas acontecerem, não levar o crédito – resumiu, enquanto caminhava entre a multidão acompanhado pela reportagem do Seguinte:, encontrando uma ex-professora, falando com um catador, trocando uma ideia com um jovem de correntão no pescoço, ganhando abraços e sendo chamado para selfies, vivendo com as realizações do governo uma popularidade que parecia distante nos primeiros anos em que, como sempre explica, se dedicou a pagar as contas.

– Não tenho vaidades. Quem me conhece sabe. As obras ficaram prontas, os equipamentos estão aqui, a empresa que vai operar o complexo está sendo contratada e em menos de duas semanas a UPA estará aberta. Não tem nada a ver com eleição – disse, em meio ao povo, aguardando a bênção da obra pelo padre Lucas, pelos anos 2000 seu estagiário antes de entrar para o seminário.

Ninguém é obrigado a gostar do ex-prefeito, aprovar seu governo ou votar nele no 'veraneio das urnas'. Mas é preciso reconhecer que são raros os políticos que, podendo usar, não usam de uma obra pública da dimensão da UPA para fazer politicagem.

 

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