O prefeito convocou um “pacto de comunidade” para enfrentar o crescimento nos casos da COVID-19, em live na noite deste domingo em que já são registrados 173 casos, 91 deles só nos 14 primeiros dias do mês, uma média de 7,5 por dia, como como tratei em Bandeira vermelha pode fechar comércios em Gravataí e Cachoeirinha; efeito ’pior mês da COVID’.
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O apelo é para (expressão minha) ‘salvar CPFs’, ao evitar o colapso já próximo na rede de saúde gaúcha; e ‘salvar CNPJs’, ao, pelo menos, manter a bandeira laranja no Distanciamento Controlado do Governo do RS.
– Vivemos em comunidade, precisamos nos ajudar. Muitos baixaram a guarda e o vírus encontrou na irresponsabilidade o ambiente perfeito para o contágio. Ou cada um faz sua parte, ou não há sistema de saúde no mundo que suporte – disse Marco Alba, anunciando uma semana de análise diária da evolução dos indicadores e a criação de uma força-tarefa para fiscalizar “uma infinidade de denúncias” de desrespeito aos decretos municipais.
O prefeito alertou que, caso o contágio siga crescendo, já tem decreto pronto determinando mais restrições a atividades econômicas.
– Não é uma ameaça, é nossa obrigação e responsabilidade como comunidade proteger a vida uns dos outros, principalmente dos mais vulneráveis. É dever moral e legal meu e de cada um. Se não surtir efeito, voltaremos às medidas mais duras. Para ser mais restritivas, as prefeituras não precisam obedecer ao decreto do governador – disse, oferecendo o 08004566766 como disque-denúncia.
Marco Alba alertou para piora na taxa de ocupação de leitos na Região Porto Alegre, na qual Gravataí se inclui no Distanciamento Controlado, e outros municípios que usam a mesma estrutura.
– Das 700 UTIs referenciadas, a ocupação já chega a 81,7% nos leitos de COVID. São 544 pacientes. Outros mil leitos, para outras doenças, já estão lotados, como acontece todos os anos.
O prefeito explicou que Gravataí, mesmo com o hospital de campanha, ainda não é referência no tratamento da COVID-19 e pacientes em estado grave são transferidos para hospitais como o Clínicas e Conceição, em Porto Alegre, Universitário, em Canoas, e até para o Litoral e interior gaúcho.
– Abrimos o hospital de campanha como suporte para uma situação mais delicada. Desde quarta, os 10 leitos já foram todos usados. Hoje temos 7 pacientes em tratamento, e 3 transferidos.
Os 20 respiradores aguardados desde abril ainda não foram enviados pelo governo federal. Os 4 que estão em uso no hospital de campanha foram cedidos pela Santa Casa e eram utilizados no Hospital Dom João Becker.
– Desde março, apenas o Ministério da Saúde pode comprar respiradores. Prefeituras e hospitais, públicos, privados ou filantrópicos, não. Como a região Sul ainda tem números de letalidade e prevalência do vírus menores que outras do país, o que era prometido para abril ficou para maio e agora para junho – explicou o secretário Jean Torman, que também participou da live e observou que um terço do RS já está na bandeira vermelha.
– Além de representar mais contágio, a bandeira vermelha trará prejuízos a atividades econômicas. É preciso lembrar que na bandeira laranja muitos empreendedores ainda estão fechados. Por isso reforço o pedido do prefeito por uma comunhão dos mais de 280 mil habitantes para que tomemos os cuidados necessários.
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– Vejo pessoas passeando como se o coronavírus fosse uma piada de mau gosto. Não é. Não chegamos as projeções catastróficas, mas os indicadores não são bons. O caos na saúde não é obra da pandemia, existe há pelo menos 10 anos. Muitos que hoje dizem ter a solução em 40 dias, nada fizeram em 40 anos. O inverno começa dia 23 e, se não nos unirmos, passaremos por maus bocados. Vai falar leito público e privado – alertou o prefeito, renovando o apelo:
– Somos uma comunidade, precisamos de harmonia para que tudo funcione e continuemos a proteger vidas. É preciso empatia. Peço que os ‘machões’, os que não estão respeitando nada, que se coloquem no lugar dos outros. Façam o que quiserem, desde que não prejudique a vida de alguém.
Analiso.
Reputo equilibrado o pronunciamento do prefeito. O tom de voz demonstrava preocupação, e até cobrança, mas Marco Alba foi cuidadoso com as palavras, e preferiu incentivar mais uma vez o ‘espírito de comunidade’ e acreditar no bom senso espontâneo do gravataiense.
Inegável é que deixou claro que o limite chegou.
Se o contágio seguir crescendo (só nas duas semanas últimas semanas explodiu 91%), não será a ferradura ideológica ou o ano eleitoral a impedi-lo de agir coercitivamente, baixando grades com fiscais ou decretos, e abordando pessoas nas ruas, sob risco de faltar UTI para pacientes não só da COVID-19, mas vítimas de enfarto, AVC, acidente de carro, tiro e etc.
Gravataí tem 5 mortes, e escapou ‘por um hospital de campanha’ da bandeira vermelha, que atingiu a região de Novo Hamburgo, por exemplo. Se piorar, a culpa é coletiva. Não sejamos os covidiotas.
Assista o vídeo que o Seguinte: fez dentro do hospital de campanha
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