Coligação que apoia a reeleição do prefeito lançou ontem a candidatura – e hoje já tem mobilização em toda a cidade. Teve até ministro
O ato que abriu de vez a campanha de Marco Alba (PMDB) para Prefeitura foi na noite mais quente que agosto viu este ano. E encheu o pátio do comitê na parada 75, ao lado do viaduto da Dorival sobre a ERS-118 – lembrado pelo secretário do Governo, Luiz Zaffalon, como obra do Marco.
– Foi ele que fez o viaduto. No governo Yeda.
Marco chegou cedo, como de costume, antes das 20h – horário em que era previsto começar o evento. Queria saber das bandeiras para as atividades deste sábado, quando vai por na rua os militantes e os materiais da campanha que, esta semana, começaram a aparecer pelo comitê.
– Agora é pra valer – disse, quase sem voz, faltando menos de meia-hora para meia-noite, ao se despedir da turma que ainda ficaria pela sede da campanha depois do ato político.
O Seguinte: estava lá e conta, em numeradas, o que viu.
1.
O ato serviu para o lançamento de dois novos jingles. As músicas foram apresentadas pela primeira vez para militância – um, usado em 2012, ganhou nova letra. Se antes falava na esperança, agora fala do que foi feito.
– Gravataí não pode parar – repete, no ritmo do maxixe, o slogan da campanha.
O outro é um reggae.
O embalo das músicas pôs até o candidato para dançar (embora se perceba pela dureza do quadril que os tempos de Zum-Zum de Marco Alba ficaram para trás…).
2.
A presença ilustre no palco foi o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, que recebeu o convite das mãos do deputado federal Jones Martins (PMDB) e veio a Gravataí um dia antes de participar da abertura da Expointer.
– Marco: tu não tens lá no ministério só um companheiro de sonhos e de lutas de mais de 20 anos. Tu tens um amigo.
Lembrou o tempo em que trabalharam juntos e dos dias de campanha que, juntos, fizeram pelo Estado – Marco concorrendo à Assembleia, Terra disputando vaga na Câmara Federal.
E justificou como "responsabilidade " a "obstinação" que Marco vem dando à gestão.
– Gravataí precisa de mais quatro anos do Marco. Teu governo é a afirmação de que dá para fazer política séria e responsável.
Mais tarde, quando já estava com o microfone, Marco lembrou que assim que foi eleito, um dos primeiros telefonemas que deu foi para Osmar Terra.
– É o criador do Primeiro Infância Melhor, o programa que cuida dos bebês mesmo antes de nascerem – lembrou o ex-colega de Terra no Congresso Nacional, o presidente do PTB Edir Oliveira, que também foi ao ato.
: Osmar Terra lembrou dos 20 anos de militância com Marco e disse que tem um amigo no ministério
3.
– Osmar: não tem ninguém aqui que está mais feliz contigo no ministério do presidente Temer do que eu – disse Jones Martins, deputado que assumiu o mandato exatamente com a licença de Terra.
Arrancou risadas de todos.
Escalado para missão ou por conta própria e sem combinar nada, foi Jones quem primeiro tratou de demarcar as linhas de defesa do governo.
– O Marco que nos lidera esses anos todos, levou para a Prefeitura a marca do PMDB. Deu uniforme para todos os alunos da rede escolar, cuidou da mobilidade, melhorou a saúde em toda a cidade. É um governo transparente.
Convocou a militância a defender o governo pelo que foi feito e não pelas acusações dos adversários à espreita.
– Olha, vai ter um tipo qualquer dando tapinha nas costas e achando que pode levar a eleição na mentira e na enganação – alertou.
E, claro, trouxe o discurso de Brasília para dentro do ato político.
– O que tu passaste aqui há três anos, Marco, o presidente Temer vive lá agora. Eles deixaram o país quebrado, como deixaram Gravataí também!
: Jones usou o tempo de discurso para reverberar ações do governo Marco
4.
– Hoje, o que vimos foi um festival de falta de respeito, coisa de quem não tem o dizer para cidade – começou Marco Alba, nitidamente se referindo à campanha do PDT.
O vice de Daniel Bordignon, Cláudio Ávila, passou o dia atacando o governo em um caminhão de som pela avenida.
– O que eles querem é nos assustar. Mas não conseguirão!
Marco não citou uma única vez o nome de adversário, mas claramente escolheu a sua polarização pessoal.
– Quem ataca um adversário assim, de forma desleal, também vai atacar o povo. Só não teve oportunidade ainda.
5.
Marco repetiu o mantra das escolhas feitas em favor das pessoas – discurso com que espera ganhar até o final da campanha.
– Cuidar das pessoas nem sempre é fazer coisas visíveis a todos. Mas escolhemos desde o primeiro dia organizar a casa e proteger os que mais precisam da estrutura pública.
: Marco repetiu que sua escolha, no governo, foi cuidar das pessoas
6.
Marco também falou do modelo pedagógico adotado pelo município em sua gestão, com a participação de todas as 74 escolas da rede municipal.
– 57 das 74 escolas escolheram esse modelo. Mas uma minoria nos ataca por isso. Ter um modelo dá igualdade de oportunidades a todos.
7.
O candidato à reeleição não fugiu do tema dos buracos, que vem sendo o principal alvo das críticas dos adversários.
– Quando nos atacam por causa de buracos, eles mostram que não estão nem aí para as pessoas.
– O que está feito um queijo suíço não são as ruas da cidade, mas o caráter de uns por aí.