O vereador licenciado e atual vice-presidente do MDB de Viamão, Dedo Machado, criticou a sentença da juíza eleitoral Liniane Mog que, na sexta-feira, 6 de dezembro, reconheceu “fraude na composição da lista de candidatos do MDB” para composição da quota de gênero, anulou os votos dados ao partido com a consequente perda do futuro mandato do vereador Eraldo Roggia, e deixa o presidente do MDB, Jair Mesquita, inelegível por oito anos, no caso da “Candidata que não sabia”. Dedo confirmou que o partido vai recorrer, nas instâncias superiores, da decisão da magistrada que ele qualifica como “inédita, equivocada e exagerada”.
Os dirigentes do MDB, inclusive, tinham reunião agendada para as 14h30min desta segunda-feira, 10 de dezembro, com os advogados do partido, para definir a estratégia da defesa que vai ser apresentada no recurso a ser encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Segundo Dedo Machado, até a manhã desta segunda o MDB ainda não havia sido notificado da sentença da juíza, e que somente depois disso acontecer começa a contar o prazo de três dias para a interposição de recurso. O vice-presidente, entretanto, antecipou que a linha da defesa deve ser pela negativa da existência de fraude, como entendeu a juíza eleitoral Liniane Mog, na sentença que assinou.
“Como poderia ter ocorrido fraude se a candidatura da Nelida (Prates, a candidata que não sabia) sequer foi homologada pela Justiça Eleitoral já que ela desistiu antes, e nós temos documento neste sentido assinado por ela? Como pode ser fraude se a candidatura substituta foi homologada pela Justiça, foi às ruas em campanha e foi votada? Como pode ter sido fraude se as nossas candidatas mulheres fizeram mais votos que 36 candidatos da coligação que apoiava o PSDB. Inclusive, uma das candidatas deles fez apenas dois votos! Esta sim pode ter sido uma candidatura laranja!”, diz Dedo, colocando suspeição no preenchimento da quota de gênero por outro partido.
Outra suspeita do vereador e atual vice-presidente do MDB diz respeito ao advogado Maurício Souza. “Ele foi estagiário da promotora (eleitoral, Tatiana Alster)”, que no dia 25 de novembro exarou parecer na ação em que o PSDB pede a anulação dos votos dados aos candidatos proporcionais do MDB em razão de suposta fraude eleitoral. “Além disso, ele é CC (ocupa Cargo em Comissão) na Prefeitura, e tirou férias para entrar com a ação. Não é muita coincidência?”, questiona. “Sem contar que o Ministério Público vazou a informação, indevidamente, para a imprensa”, acusa. “Será que eles acham que a gente nasceu ontem, na política?”, finaliza.