Antecipei quinta que era tratada como fake news a indicação consensual de Gabriel Souza como candidato a governador pelo MDB por ter sido o único inscrito antes da reunião do diretório neste domingo.
Está lá em Como Marco Alba pode ser candidato a governador; Gabrielzinho e o fim.
Na sexta o ex-prefeito de Gravataí, além de apoiar a candidatura de Cezar Schirmer, denunciou em carta ao partido o que chama de “golpe, sim, na democracia interna”.
– Tenho nojo da mentira e dos conchavos fisiológicos praticados por aqueles que não representam a vontade da maioria da base do partido – detonou Marco Alba no texto, ao qual o Seguinte: teve acesso; e, depois de publicado nas redes sociais, ganhou apoio do prefeito Luiz Zaffalon, que postou:
– Parabéns Marco, vc avisou que está era a intenção. Mas ainda acredito no bom senso da maioria do nosso MDB.
Os dois participam de um movimento para Cezar Schirmer disputar a indicação, mas somente na convenção de julho.
Já o ex-deputado federal de Gravataí Jones Martons defendeu a escolha de Gabrielzinho:
– É a democracia interna sendo feita.
Siga na íntegra na nota de Marco e o vídeo de Jones que ciculou pelo WhatsApp e, abaixo concluo.
“…
É GOLPE, SIM, NA DEMOCRACIA INTERNA DO MDB/RS!
POR ISSO SUBSCREVI A CARTA EM NOME DE UM MDB MAIS DEMOCRÁTICO E REPRESENTATIVO
A nova Executiva e o novo Diretório do MDB/RS foram escolhidos por coordenação do prefeito Fábio Branco. Não houve nenhuma preocupação de construir maioria por parte dos líderes de boa-fé.
Além disso, parafraseando o nosso 1º vice-presidente, Senador José Fogaça, “o novo Diretório não foi formado para escolher o candidato em substituição às prévias, mas para unificar o partido e evitar uma divisão ainda maior. Por isso, o consenso. Se fosse esse o encaminhamento, com certeza teríamos disputa de chapas para formação do Diretório, e ambas com o objetivo de ter a maioria desse colegiado”.
Mente quem diz que o Rigotto foi escolhido pelo Diretório. Sua candidatura foi única, passando diretamente pela convenção estadual, sem qualquer disputa. Aliás, foi aclamada por todos os emedebistas presentes na convenção.
Ao longo da minha vida pública, tenho me dedicado ao bem estar da população e ao MDB. Sempre lutei pelo fortalecimento da democracia interna e pelas decisões na vontade de sua ampla maioria. Pude liderar um dos momentos mais significativos da nossa democracia interna: a convenção de 2010. Quatro anos depois, com Sartori e Ziulkoski, o partido promovia mais uma pré-convenção para a escolha do seu candidato, com a presença de todos os seus delegados e lideranças representativas do partido.
Tenho nojo da mentira e dos conchavos fisiológicos praticados por aqueles que não representam a vontade da maioria da base do partido.
…”.
Assista ao vídeo de Jones
Sigo eu.
Busco traduzir a nota para quem não percebeu a divisão que criou no RS o ‘MDB do Leite’, tamanha influência do atual governador nos movimentos do partido que disputou o segundo turno com ele, tendo candidato José Ivo – conforme o candidato Eduardo Leite (PSDB), “não tira a bunda da cadeira” – Sartori e hoje tem o maior número de cargos, verbas e promessas de obras no governo.
A crítica que Marco tem feito internamente cobra protagonismo do partido, que pode chegar na eleição de outubro, como dizem ‘cabeças-brancas’ do partido, com Gabriel em um constrangedor vice de um candidato de Leite (Ranolfo Jr. ou Paula Mascarenhas), ou com a força apenas de quem terá ‘da cabeça para cima’ ao submeter o comando político ao pelotense.
A sedução de Leite seria, como indica a nota de Marco, “conchavos fisiológicos”, o que significaria cargos e atenção especial a pedidos de obras de deputados e políticos no Avançar, programa estadual já em curso e cujos investimentos serão pagos por governos próximos.
Zaffa, como prefeito, e refém de relações com o Piratini, se manifestou com mais cautela.
Já Jones é Gabrielzinho desde sempre e é cotado inclusive para ser secretário do governo Leite, como reportei em O gravataiense cotado para substituir Stédile no governo Leite; Os rápidos e os lentos e Gravataiense Jones nega articulação para ser secretário de Leite; As lições de Tancredo.
Fato é que o MDB gaúcho é hoje um ‘partido-partido’. A chama do logo da sigla será um incêndio amazônico que vai arder do diretório de domingo até a convenção de julho, que homologa candidaturas conforme a Lei Eleitoral.
Dos Grandes Lances dos Piores Momentos é que o ano da eleição já começou e o MDB, que já governou o Rio Grande com Simon, Britto, Rigotto e Sartori, parece se preocupar mais com quem ficará ao volante do que com o itinerário.
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