O Seguinte: foi pesquisar os votos em candidatos locais nas eleições dos últimos 20 anos e faz uma projeção da votação que está em jogo em 2018. Siga hoje a pesquisa – e uma análise dos cenários de cada época – sobre a disputa a câmara federal. Amanhã, as eleições para assembleia legislativa
1998
Dos 117.070 eleitores que foram às urnas, 23.770, ou 20,3%, votaram em candidatos locais que se apresentaram na eleição.
Oposição ao prefeito Daniel Bordignon (PT), o ex-prefeito e ex-secretário da região metropolitana do governo de Antônio Britto, Edir Oliveira (PTB) recebeu 16.550 votos e foi o mais votado entre todos os candidatos que fizeram votos na cidade.
Com 39.208 votos no Rio Grande do Sul, Edir ficou na primeira suplência do partido e assumiu o mandato dois anos depois, com a eleição de Caio Riela à prefeitura de Uruguaiana.
O vereador Ataíde Oliveira (PT) – que era o candidato de um governo pulverizado em candidaturas de fora a deputado estadual e não tinha o vice-prefeito Miki Breier (PT) como dobradinha e candidato ‘oficial’ – recebeu 7.220.
O candidato de Marco Alba, ex-vereador e maior liderança do PMDB, era de fora: Synval Guazzelli, que recebeu 5.502 votos.
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2002
Dos 127.562 eleitores que foram às urnas, 112.190, ou 87,9%, votaram em candidatos da cidade a deputado federal.
Edir Oliveira (PTB) recebeu 18.590 votos, o vereador e ex-vice-prefeito Miki Breier (PT) 15.751 e o campeão olímpico Paulão do Vôlei (PFL) 7.846.
Edir foi reeleito com 75.003 votos no RS.
Apesar de Miki pertencer ao PT, o candidato do prefeito Daniel Bordignon foi um ‘estrangeiro’: Paulo Pimenta, que fez 11.063 votos em Gravataí.
Também de fora, Eliseu Padilha (PMDB) – candidato de Marco Alba, que na eleição ficou como primeiro suplente, mas assumiu com a ascensão de deputados estaduais para o secretariado do governador eleito Germano Rigotto – fez 7.914 votos.
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2006
Dos 141.823 eleitores que foram às urnas, 19.421, ou 18,8%, votaram em candidatos da cidade a deputado federal.
Vice-prefeito de Sérgio Stasinski (PT), Décio Becker (PL) recebeu 8.724 votos; Edir Oliveira (PTB) – em meio ao escândalo dos deputados ‘sanguessugas’ e da ‘máfia das ambulâncias’, denunciado pelo Fantástico, e do qual só em 2017 foi inocentado por falta de provas, além de abandonado pelo deputado estadual reeleito Abílio dos Santos (PTB) – caiu para 5.737; o ex-vereador Juliano Paz (PSB) recebeu 3.308; o ex-vereador José Amaro Hilgert (PDT) 1.111 e Darci de Deus (PHS) 954.
Nenhum foi eleito.
O fenômeno da redução de votos em candidatos locais – de quase 9 a cada 10 eleitores em 2002 para menos de dois quatro anos depois – tem nome: Manuela D´Ávila (PCdoB). Primeira no RS com 271.939 votos, ela recebeu 18.965 em Gravataí, com o apoio de um Daniel Bordignon apontado a época em pesquisa como ‘o melhor prefeito da história’ do município e que também aparecia no material de campanha de Paulo Pimenta (PT), que fez 7.201 na cidade.
Eliseu Padilha (PMDB), também de fora e candidato do deputado estadual Marco Alba, fez 7.110 votos.
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2010
Dos 152.868 eleitores que foram às urnas, 18.964, ou 12,4%, votaram em candidatos da cidade para deputado federal.
O vereador Levi Melo (PMDB) recebeu 16.699 votos; o professor Manoel Fernandes (PSTU) 1.642 e Edemar Tsokos (PV) 623.
Nenhum foi eleito.
Novamente o fenômeno Manuela D´Ávila ‘roubou’ o eleitorado local. Ela foi a mais votada na cidade com 19.301 votos. Mas desta vez sem o apoio do então deputado estadual Daniel Bordignon (PT), que mais uma vez apoiou um candidato de fora, Ronaldo Zulke (PT), terceiro mais votado com 9.145.
Deputado estadual reeleito e ex-secretário do Saneamento e Desenvolvimento Urbano de Yeda Crusius (PSDB), Marco Alba dividiu o apoio entre Levi e Eliseu Padilha, que fez 3.974 votos em Gravataí.
Em quarto e sexto, outros dois fenômenos de votos no RS, que fizeram votos em Gravataí: Danrlei de Deus (PTB), com 7.132, e Luciana Genro (PSOL) com 4.544.
José Stédile (PSB), ex-prefeito de Cachoeirinha que fazia dobradinha com o deputado estadual e ex-vereador e ex-prefeito de Gravataí Miki Breier (PSB), também ‘entrou’ na cidade: foi o quinto com 6.190.
Também de fora, o candidato da prefeita Rita Sanco (PT), Elvino Bohn Gass (PT), fez 2.636 votos.
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2014
Dos 154.118 eleitores que foram às urnas, 45.864, ou 29,7%, votaram em candidatos da cidade a deputado federal.
Jones Martins (PMDB), ex-vereador e candidato do governo Marco Alba, recebeu 14.394 votos; a ex-vereadora Anabel Lorenzi (PSB), que tinha concorrido a prefeita em 2012, recebeu 17.749, o vereador Márcio Souza (PV) 3.055 e Ozeias Pereira (PSOL) 659.
Nenhum foi eleito, mas Jones, terceiro suplente, assumiu o mandato em 2016 quando deputados eleitos assumiram secretarias e um ministério nos governos de José Ivo Sartori (PMDB) e Michel Temer (PMDB) – no pós-impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Danrlei de Deus (PSD) voltou a fazer boa votação em Gravataí: foi o terceiro, com 6.846. Ronaldo Zulke (PT), também ‘estrangeiro’, foi o quinto: recebeu 6.586 votos, com o apoio do deputado estadual Daniel Bordignon (PT).
José Stédile (PSB) mais uma vez fez votos na cidade (5.437), ‘atrapalhando’ Anabel e dividindo a dobradinha com Miki Breier, reeleito deputado estadual.
Elvino Bohn Gass (PT), candidato da prefeita cassada Rita Sanco (PT), recebeu 406 votos.
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2018
Tomando por base as eleições de 2014, é possível projetar 53.623 votos em 2018 em candidatos locais que concorrem a deputado federal.
A fórmula do Seguinte: usa a combinação do comparecimento às urnas de Gravataí em 2014 (84,64%), o que permite projetar 158.555 eleitores em 2018, com a média de votos em candidatos locais que concorreram a deputado federal nos últimos 20 anos (33,82%).
Como medida de comparação com os mais de 50 mil votos a que chegou a fórmula, o deputado eleito com a menor votação em 2014 fez 60.523 votos.
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