SEGURANÇA

Como funcionava golpe que fraudou médicos gaúchos com prejuízos de R$ 780 mil

A Operação Medici Umbra, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, investiga uma organização criminosa especializada em estelionatos, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos e lavagem de capitais. O alvo central da operação eram criminosos que vitimaram ao menos cinco médicos, pelo menos um deles da região metropolitana de Porto Alegre, causando um prejuízo total estimado em cerca de R$ 780.000,00.

A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE), vinculada ao Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc). Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão no bairro Cidade Tiradentes, em São Paulo/SP.

Todas as cinco pessoas alvo dos mandados de prisão foram capturadas. Durante as buscas, policiais apreenderam documentos, um notebook e aparelhos celulares, que serão periciados para consolidar as provas contra o grupo. A operação contou com apoio crucial do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo.

Como funcionava o golpe

As investigações tiveram início em janeiro de 2025, a partir de uma ocorrência registrada por um médico gaúcho. Ele relatou que criminosos invadiram sua conta de e-mail e sua conta gov.br. Com o acesso a documentos pessoais obtidos nessas invasões, os fraudadores criaram contas e tentaram efetuar transferências ilegais superiores a R$ 700.000,00 em uma corretora de investimentos em nome da vítima.

Durante as apurações, a polícia identificou outros quatro médicos, também atuantes no Rio Grande do Sul, que foram vítimas de crimes com o mesmo padrão. O prejuízo conjunto dessas quatro vítimas adicionais chegou a aproximadamente R$ 80.000,00. Em todos os casos, os criminosos se valeram da invasão de contas digitais e dispositivos para se apropriar de identidades e documentos, visando fraudes financeiras de grande monta.

Por meio de ferramentas tecnológicas de investigação, os delegados gaúchos rastrearam as ações até um grupo familiar residente em São Paulo. A associação criminosa era liderada por uma mulher de 28 anos, natural de SP, que já possui antecedentes por estelionato eletrônico em Pernambuco e Amazonas. Ela contava com a ajuda direta do companheiro, de 34 anos, de seus dois irmãos, de 32 e 29 anos, e de um cunhado, também de 34 anos.

O significado de Medici Umbra

O nome da operação, “Medici Umbra”, que significa “a sombra dos médicos” em latim, faz alusão direta ao modus operandi do grupo. Os criminosos agiam como “sombras”, utilizando clandestinamente a identidade e a reputação dos médicos gaúchos para cometer os ilícitos, ocultando-se por trás da credibilidade das vítimas.

A operação, que mobilizou 30 policiais civis do RS e de SP, reforça, segundo a Polícia Civil gaúcha, o “compromisso de desenvolver investigações criminais qualificadas, notadamente aquelas em que haja indícios de atuação de organizações ou associações criminosas organizadas, objetivando a máxima responsabilização criminal de todos os envolvidos, de modo a reprimir à altura a prática delitiva”. Os presos foram encaminhados ao sistema prisional e responderão pelos crimes investigados.

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