Nunca se ouviu falar tanto em depressão, fobia, pânico, doenças psicossomáticas como atualmente; diante deste adoecimento físico/emocional muitas ‘terapias’ surgem e outras tantas são redescobertas, uma delas é a milenar Medicina Ayurvédica, comumente chamada de medicina Indiana, mas o que de fato ela traz em beneficio a nossa saúde e como podemos acessar estes ensinamentos?
Vamos analisar primeiramente o que significa a palavra Ayurveda, em sânscrito, ciência (veda) da vida (ayur), esta continua a ser a medicina oficial na Índia e tem-se difundido por todo o mundo como uma técnica eficaz de medicina tradicional.
Sua origem, cerca de 5 mil anos, remonta ao território onde hoje ficam a Índia e o Paquistão. No Brasil, porém, o método só se popularizou a partir dos anos 1980, e nos últimos 10 anos muitos terapeutas buscaram esta formação a fim de agregar seu portfólio de atendimentos, buscando uma maior eficácia nas terapias complementares. Mas o que de fato percebemos é que esta ‘arte’ é tão completa em si, que levaremos uma vida inteira tentando decifrar muitos de seus apaixonantes mistérios.
Para entendermos, é preciso deixar de lado os conceitos da medicina ocidental (alopática) onde buscamos a cura das doenças e das dores. Esqueçamos as especialidades médicas e o uso isolado de remédios, pois o foco do ayurveda não é apenas o vigor físico, mas a harmonia entre corpo, mente e alma. O propósito desse sistema é manter o equilíbrio do indivíduo consigo mesmo, com a natureza e com os outros seres. Só assim seria possível estar realmente saudável – e feliz.
Precisamos esquecer tudo que conhecemos sobre certo e errado, bom e mal, pois para o Ayurveda tudo é relativo. São muitas variáveis, alimentação (entende-se tudo que ingerimos, inclusive imagens, sons e sentimentos), rotina diária (hábitos físicos, mentais e energéticos), momento de meditação (yoga, respiração), lazer ou qualquer outra atividade que nos direcione a um estado de espírito, consciência, mais elevado, entre tantas outras práticas diárias, algumas permanentes e outras para algum tratamento específico.
Alimentação
Para esta tradição recomenda-se ingerir alimentos produzidos em nossa região seguindo as estações do ano e o que de mais farto temos em nossa região. A dieta deve levar em conta o dosha, perfil baseado em determinadas características de cada indivíduo (existem três tipos de doshas, vata, pitta e kapha); pessoas pitta, por exemplo, precisam maneirar nos sabores picantes, que acentuam o fogo.
Um breve relato sobre os doshas.
Pitta (fogo e água)
Indivíduos com a predominância desses elementos têm tamanho mediano, metabolismo acelerado e sentem muita sede. Tendem a ser ativos e críticos. Pitta se caracteriza pelo que é quente, líquido, azedo e oleoso.
Vata (espaço e ar)
São pessoas magras, com pouca musculatura, longilíneas e friorentas. Costumam ser ágeis, entusiasmadas, comunicativas e indecisas. Vata reúne qualidades como seco, leve, frio, móvel, áspero e claro.
Kapha (terra e água)
Essa combinação está associada a uma estrutura física forte e larga, com tendência a ganhar peso. Pessoas desse tipo são estáveis, lentas, pacientes e mais preguiçosas. Kapha é pesado, suave, oleoso e adocicado.
Importante dizer que acima sito poucos detalhes sobre cada aspecto dos doshas, somos seres infinitos, portanto extremamente complexos, desta forma somos uma somatória de todas as características citadas e muito mais que neste não detalhamos, e por este motivo sempre que quisermos buscar uma dieta ou uma atividade que potencialize nossas característica positivas e minimize as negativas necessitamos procurar um terapeuta qualificado para auxiliar a termos uma qualidade de vida mais saudável e plena.
Tratamento
O mais importante para o ayurveda são as práticas que, vão além do corpo físico, que trabalhem com a energia sutil e com um propósito muito mais amplo da vida. Muitas técnicas podem ser usadas, cromoterapia, meditação, aromaterapia, yoga, mantras, massagens, dietas, enfim tudo que possa contribuir para uma mente mais leve e feliz, logo menos doente e menos fragilizada pelas demandas massacrantes das rotinas diárias a que somos expostos continuamente.
Não é um tratamento curto, mas um tratamento para a vida, que mudará todo o padrão mental a que fomos submetidos e que estamos condicionados a viver, mas depois de entender, mesmo que superficialmente, faz com que reflitamos continuamente sobre o fluxo de nossas ações e direções de nossas vidas com muito mais amor, leveza e saúde integral.
Se tivermos uma rotina dentro dos preceitos da medicina ayurvédica, nunca adoeceríamos ou morreríamos por alguma patológica, teríamos uma vida repleta de saúde e bem-estar e um dia iriamos morrer de uma forma leve e delicada, sem dores ou dramas, seríamos como uma vela que ao acabar sua parafina, finda sua luz.
